7º Dia-Em São Jorge, Timelapse e filosodias de pedal….
Hoje (2015), com 31 anos de idade, às vezes me recordo de quando era criança. Lá pelos 6 ou 7 anos de idade. Na época, acompanhava meus pais naquelas festas chatas de adulto. Enquanto eles se socializavam, a imaginação fluía muito nas brincadeiras com outras crianças. De astronauta viajante das galáxias, tornava-me facilmente um explorador ao estilo “Indiana Jones” ou mesmo um super herói invencível e indestrutível.
Me perguntava onde estava a graça daquilo….E terminava a reflexão sempre na mesma conclusão: “não quero me tornar um adulto!”
Os caras estavam meio desfalecidos e com um sorriso invejável na cara. A expressão deles não enganava. Era justamente aquela de “dever cumprido” que sempre temos no final das cicloviagens.
Aproximei-me e era ninguém menos que Nilsinho e Otaniel.
Já conhecia os dois de alguns pedais bem esporádicos na Serra das Areias. Quando perguntei que trilha haviam feito, logo disseram com todo o orgulho do mundo: estamos chegando de Goiânia.
Não há como negar que me veio um grande sentimento de alegria e realização no peito. “Como assim? Gente mais velha do que eu? Adultos? Com família e tudo mais, encarando uma aventura dessas?”
Goiânia-São Jorge 2015-6º Dia
Dia raiando no rancho do Sr. Irineu. Lá fomos nós acordar e arrumar as tralhas para tentarmos alcançar a Vila de São Jorge. Os desafios do dia seriam alguns rios e diversas subidas para chegar na Vila.
Uma das problemáticas do dia que Sr. Irineu nos informou, seria a travessia de diversos rios, que, com o tardar das chuvas, estavam muito cheios e com as corredeiras fortes. Apesar disso, nos contou também que a prefeitura havia melhorado o acesso até a casa da Dona Celiana, que havia nos acolhido na outra viagem.
Com algumas garupas (e pernas) avariadas, alguns colegas acharam por bem deixarem as garupas e os alforges com o Senhor Irineu, que se encarregaria de levá-los até o nosso destino final.
Depois do “pretinho básico” e algumas bolachas Mabel e de água e sal, partimos firmes e, de cara, já nos deparamos com belíssimos locais.
Na travessia do rio Tocantinzinho, após algumas chamadas, nos aparece uma senhora e já toma conta de nossa travessia.
E dá-lhe pés de serra, já que estávamos completamente imersos na região da Chapada dos Veadeiros.
Pegamos alguns trechos de mato mais fechado exigindo que usássemos caneleiras para evitar picadas de cobra.
Travessias de rio com algo parecido com um teleférico #SQN…hehe
Após mais um tanto de pedal, já eram 11 horas e chegamos na casa da Dona Celiana, Muito infelizmente, não havia ninguém em casa. Deixamos um cartãozinho de recordação por baixo da porta e paramos no próximo riacho. Era hora de usarmos nossos mantimentos e os fogões.
Ali, posso dizer que foi o melhor rango de todos. Na beira do rio. Enquanto Auriam e outros amigos faziam a bóia, alguns de nós tratamos de achar alguns lindos cristais na beira do rio.
Barriga cheia, pé na areia….digo…pé na serra! Bora subir!!!
E depois de mais e mais subidas, a parada estratégica para um revigorante “banho de corgo”. Até o Romar esboçou outro sorriso (foi o segundo da viagem!)
E lá fomos nós, rumo ao fim de estradas pequenas para chegarmos na estrada principal rumo a São Jorge.
Ali, colhemos os frutos de uma viagem sem o termo “TEM QUE CHEGAR”.
Aproveitamos tanto os momentos relax, que a fadiga não havia nos matado como das outras vezes. E…..CHEGAMOS!
Devidamente recebidos pelo Sr. Irineu e, obviamente, seguimos direto para o Seu Claro para podermos curtir São Jorge.
Em resumo: FOI TOP!!
Goiânia-São Jorge 2015-5º Dia
Rumo à São Jorge 2015-4º Dia
Amanheceu no Nem. Tratamos de arrumar as malas bem rapidinho pois pela vista em volta, sabíamos que muitas montanhas no aguardavam. Tomamos um “pretinho” básico cuidadosamente feito pelo nosso anfitrião e seguimos viagem. Já na saída, em região de vale cercada de morros, não havia como escapar de uma altimetria pesada.
Rumo à São Jorge 2015-3º Dia
Acordamos todos destruídos por conta dos “excelentes colchões” do resort que dormimos (SQN). Tratamos de arrumar logo as coisas e sequirmos em frente rumo ao próximo destino, para que pudéssemos tomar nosso café da manhã e fazer as compras para podermos encarar o “grosso” da viagem.
De fato, abençoados sempre por belas paisagens, mesmo nos pequenos trechos de asfalto:
Chegando na padaria, fomos recebidos com belos sorrisos da dona, que havia se recordado das nossas outras passagens pelo local. Fomos, como sempre, extremamente bem atendidos. Destruímos diversos pães de queijo e misto quente. Ali, um rapaz com parte do corpo paralisada se aproxima de alguns de nós e começa a contar que sofrera um grave acidente há pouco tempo e que uma das paixões dele era andar de bicicleta. Ficou vidrado quando soube o que estávamos planejando nesta viagem e se emocionou em saber o quanto nos dedicamos à nossa amada filosofia.
Antes de partirmos, eis que surge um parceiro top, com uma bike que será lançamento nos salões de bicicleta mundiais, utilizando tecnologia nunca jamais vista na face terrestre!!!!
Após pararmos em um pequeno supermercado para comprarmos panelas e mantimentos, seguimos adiante rumo às pirambeiras do dia. Acabamos ficando um pouco triste, vendo que provavelmente esta será a última viagem que pegaremos alguns trechos ainda em estrada de terra. Nos deparamos com diversas obras já em avançado estágio de implantação de asfalto. Mas mesmo assim, diversão a milhão!
O causo da “Subida do Burrão”:
Quando encontramos o tal Nem na primeira fazenda, que não era a dele, fomos logo perguntando se conseguiríamos fazer a tal subida com as bicicletas. Nem prontamente falou: “-Fiquem tranquilos, que de burrão sobe!”.
Auriam já falou rindo: “Se de burrão sobe, de bicicleta vai ser fácil!”
Para quem não sabe, na cidade grande a gente chama essas Hondas CGs (Titans) 125cc de “Burrão”.
Quando avistamos os gigantescos pedregulhos e a inclinação da subida, não acreditamos que uma moto pequena subiria por ali….
Enquanto fazíamos muuuuita força empurrando, eis que passa ao nosso lado, o Nem “pilotando” o seu “Burrão” que, de fato, era um burro mesmo! Desses animais com orelhas grandes que a gente pega o nome emprestado, pejorativamente.
E estava batizada a subida: “Subida do Burrão”!
Rumo à São Jorge 2015-2º Dia
Rumo à São Jorge 2015-1º Dia
Adiante, rumo a Nerópolis, a altimetria já começava a mudar um pouco. Grandes morros faziam nossas pernas sentirem o peso dos alforges carregados de tralha para a viagem. Ali, Vitinho e Larissa já se deslumbravam só em pensar em tudo o que passaríamos naquele dia, já que era a primeira viagem com uma grande quilometragem rodada deles.
O causo “do Mandioca”:
Enquanto esperávamos em um dos momentos do nosso ócio (leia-se: “pneus furados do Serralheiro”), Romar (naquela infinita concentração e sociabilidade) olha firme para as canelas do Vitinho e já solta: olha só se não parece uma mandioca descascada.
Vitinho fechou a cara.
Pronto!
Era o ingrediente necessário para que o apelido pegasse: Mandioca!