SERIEMA no Morro



Rever os amigos, premissa do Bando sempre!


Se for em trilha técnica muito melhor!!


Trilha técnica e no Morro Feio então… TOP sempre!!!


Enquanto alguns do Bando curtem ferias, “roças” e Pirenópolis afora, outros ficaram no sobe e desce das pedras encravadas do Morro Feio (Hidrolândia-GO).
Lugar incrível, com trechos técnicos e rápidos, onde a pilotagem faz diferença e a adrenalina corre solta pelo corpo.
Fazer e re-fazer um trecho por lá nunca é igual. Nunca se repete, mesmo que você vá a este paraíso do MTB todos os dias. 

É diversão garantida e sempre uma celebração legítima ao esporte de Gary Fisher.

O Chicão Shrek (clique aqui e entenda o porque do apelido) foi o guia do dia e mandou muito bem. Além disso tem aplicado seu vizinho, o Humberto, nas artes seriemísticas, mas sem dificuldade alguma, afinal o camarada e mestre no motocross goiano. O Humberto arrepiou na tarde do Morro.
Chicão ainda foi o merecedor da nossa agora instituída CAMISA DE PEDRINHAS VERDES. O cara desceu muito. Desbancou todo mundo no dia!!!

No final da trilha ainda fui brindado com o re-encontro com um amigo de longa data, o Odair, que também é um grande amigo do delegado Carlão Freitas.
Resumindo, foi mais um dia incrível com a Família SERIEMA PEDAL!!!!!!!!

Gente velha!

Já não é de hoje que estava com esse texto em mente, mas só agora tive a inspiração que faltava para escrevê-lo.

De início, já peço desculpas se o título ofende os membros “Master” e “Over” se o título está meio ofensivo. Eu posso explicar.
 Desde a nossa última presepada para a Chapada, decidi que ia comprar um GPS e tentar desbravar alguns locais diferentes, que antes eram vistos só pelo Google Earth. E assim foi feito. 
Para realmente estreá-lo, parti das imediações do município de Pires do Rio com destino a São Miguel do Passa 

Quatro. Um percurso de cerca de 90 km (ida e volta), com regiões relativamente planas, de estrada larga e sem muitos segredos.

 Vamos que vamos: uniforme dos seriemas lavado e passado, capanguinha no quadro da bike pra carregar câmEra e câmAra e parti sozinho por esse nosso cerradão véi sem porteira! 

Fui pensando de como é engraçado que cada um de nossos pedais possa virar uma grande estória, com páginas e páginas a serem escritas. (mas dessa vez, vou poupá-los dessa tortura…hehehe). Desde os pedais mais redondos, até aqueles cheios de coisas erradas, correntes arrebentadas e pneus furados. Tudo é sempre farra e, principalmente, aventura.
 Na ida para Passa Quatro, em determinada subida, passei por um senhor, andando a pé, calçado em sandálias havaianas, num paço firme e valente. Quando estava passando, ele me perguntou: “-Por que ocê num joga essa bicicreta em cima de uma caçamba e chega logo no Passa-Quatro?” Logo respondi: “ Por que se não perde a graça…” Algumas risadas depois, eu acabei perguntando a ele para onde estava indo. Ele me respondeu prontamente e com um tom firme, como quem estava frente a um grande desafio. Como estávamos já nos distanciando, entendi mais ou menos o que ele tinha dito…. 
Cheguei na pequena cidade de destino, onde já havia passado algumas vezes de carro. É interessante como nossos olhos ficam mais sensíveis quando passamos por lá de bicicleta. De fato, ficamos mais “abertos” às belezas que os lugares têm a nos oferecer.

 Coca-cola gelada, um queijo de trança bem fresco jogado dentro dos bolsos da camiseta e tratei logo de pegar o caminho de volta.
 No meio dele, encontrei uma verdadeira tropa de cavaleiros, como se estivessem “tocando” alguns outros cavalos que não estavam arreados.

 Encostei perto do arame para não assustar a tropa de cavalos. Dois dos cavaleiros (um deles, um senhorzinho de mais idade) acabaram parando e conversarmos um pouco. Abriram uma capanga, que parecia estar com muitos mantimentos e roupas. Perguntei se estavam tocando os cavalos para alguma fazenda ali perto e eles me disseram que não. Disseram-me que o “desafio” deles era um pouco maior: TRINDADE! Sim senhores, cerca de cinco dias no lombo de um cavalo para chegarem a Trindade!!!!

 Me disseram que todos os anos, nessa época de junho, vão de cavalo até trindade. Os cavalos que não estavam com arreio serviam para que fizessem o revezamento da tropa. Era muito evidente o tom de desbravadores e desafiadores dos cavaleiros. De como era grande aquele desafio que eles topavam todos os anos. Disseram que vão com uma “capanga” pendurada nos cavalos e que no meio dos caminhos vão pedindo “pouso” aos moradores de beira de estrada, que sempre são muito solícitos e sentem grande honra de receber os desbravadores. Daí me lembrei do homem que cruzei no caminho de ida, andando a pé e perguntei se aquilo que eu havia entendido, era de fato o que ele queria dizer: que estava indo a pé para Trindade. Sim… eles responderam. Disseram que a “fé” fazia aquelas pessoas irem a pé só com a roupa do corpo até Trindade, como era o caso daquele homem. (independente da crença religiosa de cada um, é incrível um fato desses….)
 Depois da prosa, e dos dois cavaleiros terem tomado alguns goles de água e de Guaraná Jaó, partimos em sentidos opostos.
 Parti num ritmo mais lento. Bem pensativo. Principalmente na imagem que ficou  gravada do senhorzinho mais velho. De fato, era uma presepada dura para qualquer um andar durante cinco dias para alcançar algo que para muitos não faz sentido algum. 

 Não tinha como não fazer o paralelo com nosso “bando”. Acredito que todos nós tenhamos diferentes objetivos ao participar do grupo. Uns gostam de competir, outros de viajar, outros das trilhas nos sábados, outros de passar na oficina do Romar para jogar conversa fora (e beber umas brejas)…..mas algo que acredito que exista em todo seriema de verdade: a sede por novos desafios. Independente do tamanho dele. Seja numa cicloviagem, seja numa pirambeira muito doida, seja num treino mais forte para algum local desconhecido…. E essa sede por novos desafios nos tornam verdadeiros moleques! Sim! Todos somos moleques. Porque se aprendi ao longo desses meus poucos anos de vida, é que uma pessoa se torna verdadeiramente velha quando ela deixa de ter desafios na vida. Não necessariamente “objetivos”, mas, apenas, novos desafios…. daqueles que se alcançados ou não, só pelo caminho percorrido para se chegar perto dele, já fazem tudo valer a pena. Aquele senhorzinho em cima do cavalo era, de fato, um jovem! Por topar um grande desafio como aquele. E, para mim, esse é um dos “espíritos Seriemas de ser”: um “bando” de “moleques” loucos por novos desafios! 
Por Gustavo Johnny Bravo (Mudinho)
ISSO SIM É CICLOVIAGEM, O RESTO É BRINCADEIRA!


E as vezes você se acha muito forte pedalando a sua bike de 10 Kg, com toda tecnologia a sua disposição e se gabando que pedalou quase 200 km! Será que você teria a capacidade de pedalar uma bike pesando mais de 50 kg, toda lotada de bagagem por mais de 85.000 km apenas com uma bússola em mãos? 
Gleb Travin pedalou!

Mais de 200 clubes de ciclismo em todo o mundo têm o nome em homenagem a essa pessoa.

Em 1928-1931 um jovem cidadão de Kanchatka, eletricista, desportista, comandante da reserva, Gleb Travin fez uma inusitada viagem de 85.000 km. 

Sozinho ele de bicicleta ao longo das fronteiras da União Soviética, incluindo a linha costeira do Ártico.Ele não teve nenhum tipo de segurança e muitos eventos que ele experimentou durante a sua viagem aconteceu tudo como ele alegou. Havia muitas coisas que ele não gostava. Foi o que aconteceu no inverno de 1930, quando Gleb pedalando em mar aberto totalmente congelado longe da costa, encontrou-se “em um terno de gelo”. A neve que cobre Gleb transformada em gelo, enquanto dormia… Então uma faca em seu cinto salvou a sua vida. Ele conseguiu se soltar e por sorte encontrou uma moradia, com suas mãos ele se arrastou a uma barraca Nenets. 

Embora no pensamento dos Nenets, Gleb parecia ser uma alienígena com um dispositivo estranho sobre rodas, viram que o estrangeiro ia morrer com uma lesão causada pelo frio diante dos seus olhos. Chá quente, massagem não salvou o pé congelado, temendo gangrena, Gleb teve que fazer uma operação e amputar os dedos dos pés, à vista dos Nenets horrorizados. As mulheres Nenets gritando “keli keli” e sussurrando fora da tenda. Mais tarde explicaram para Gleb que “keli” significava “um diabo-canibal”. “Você se cortou e não sentiu dor apenas um diabo canibal poderia fazer o mesmo”.Os heróis adorados por Gleb foram Fausto Odyssey e Don Quixote. Todos eles eram uma espécie de explicação do extraordinário sonho de Gleb. Fausto capturou Gleb pela sua insaciável sede de conhecimento. Todos eles são a encarnação de um desafio para o caminho do mundo. Todos deram poder a Gleb nas suas horas mais difíceis desafiando o Circulo Ártico.

Durante sua jornada Gleb acrescentou evidências de que tudo que é estranho assusta as pessoas e animais. 
Sua bicicleta era seu guarda costas de confiança, como todos os animais tinham medo dele, tanto na taiga ou na tundra.
Embora houvesse um caso solitário que assustou Gleb de fato. Quando ele deixou a barraca Nenets ele foi atacado por trás por uma raposa do ártico, um animal pequeno, bravo, astuto com fome, mesmo assim foi mordido pela raposa, Gleb finalmente derrotou o animal esfaqueando-o. A pela da raposa serviu para Gleb de cachecol. Mas a lembrança do ataque da raposa tinha sido o seu pesadelo por um longo tempo.
 

Como se não bastasse Gleb foi seguido por vários dias por um urso polar, que assustado pela forma estranha de transporte que Gleb usava, se sentiu acuado, e por várias vezes Gleb sentia que estava prestes a ser atacado, por sorte o Urso se intimidou com a estranheza do meio de transporte de Gleb.
 

Do Extremo Oriente russo, da Sibéria, Ásia Central, a Criméia, a Midland, Karelia, Península Chukchi e Taimir, todas resultaram em novas provações e novas conquistas para Gleb.
Todas estas terras submetidas a este herói extraordinário.
Ele tinha ainda várias aventuras pela frente – visitar um cemitério de mamutes em Taimyr, um encontro com uma cobra e um falso xamã, viajar junto com um filhote de urso polar e muitos outros eventos interessantes e histórias… Mas o que poderia ser de uma forma diferente na vida dessa pessoa? Isso sim é o verdadeiro espirito da cicloviagem.