Carnaval de 2013. Gente “normal” pulando carnaval e nós loucos caçando o que fazer….
Eis que aparece um desafio: Brasília – Goiânia pedalando pelo asfalto de Speed. E ae?! Quem topa quem não topa? Eis que, além dos dois Seriemas já criados no asfalto: Carlinhos BMW e Samuel BMW, aceitamos o desafio eu (Guga Johni Bravo), o Romar e o Auriam. E lá fomos nós, acompanhados do Paulo (caboco bão, já adaptado ao “habitat asfaltístico”), junto com uma caravana de mais umas 50 pessoas, saindo de Brasília rumo a Goiânia.
Cada um com seu objeito (o meu: chegar junto com a inhaca chata do Carlinhos BMW. O do Auriam: chegar na roda do Romar. O do Romar: conseguir passar da marca dos 100km sem entrar na kombi)
(Antes de deixar continuar o relato, deixo aqui registrado o real preconceito que a maioria de nós Seriemas tem com relação ao asfalto. Sei que muitos chegam quase a ter alergia dele, mas como tratava-se de um desafio muito desafiador e que estamos precisando treinar para futuras cicloviagens, estávamos perdoados e com as devidas licenças para andarmos no asfalto!)
Eu, como resido em Brasília, já havía me programado para ir no Sábado à Goiânia pedalando, enquanto minha patroa fosse com meu menino de carro. Mas o Romar já tratou de me dizer que eles estavam planejando o desafio há algum tempo e que ele seria no domingo. Então, além do Romar, vieram Auriam e o Paulo. Eles pagaram um pacote muito bem bolado que os trouxe de ônibus até Brasília. ELes dormiriam num ginásio oferecido pela organização, mas eu já tinha convidado obrigado todos a se hospedarem em minha humilde residência.
Graças a Deus, tinham só seis latões de Skol lá em casa, se não tinha dado m*rda certeza!!!!
Depois de uma conturbada noite de sono (ao som de muita peidarada fedida! – todo mundo comeu um gato podre na estrada certeza!), acordamos às 5 da matina para rumarmos ao local de encontro com o restante da galera (obs.: questão de honra deixar registrado que essa “voltinha”, nos fez andar 11km a mais QUE TODO MUNDO!!!)
Após o encontro com a galera, partimos rumo à Catedral de Brasília para uma bela oração pedindo a proteção ao Papai do Céu. De lá, passamos pela ponte JK e pelo Lago Sul, até partirmos rumo a Goiânia City.
De início, o pelotão andou sempre bem ritimado, e estava muito divertido de se acompanhar. O pedal enganou muita gente, já que começou com muuuuuuuuuitas e intermináveis descidas, de forma que os 80km iniciais se passaram de uma forma muito leve e tranquila.
Eis que: PUM! Primeiro pneu furado do dia: o do Romar! Como o pelote estava acompanhado de uma excelente estrutura (que eu mesmo nem sabia que seria tão organizado), o Romar tratou logo de ir pra dentro de Kombi que estava nos acompanhando. Após uns 10km trocando a tal câmara, o Auriam me cutuca e solta:
“-Gustavo, olha só… eu sei que você costuma escrever lá no site dos Seriemas. Então quando for colocar lá sobre essa nossa aventura, cita que eu ganhei do Romar, afinal de contas, com essa trocada de pneu safada, ele andou 10km a menos que eu!”
Concordei de prontidão a deixar a “futura” vitória do Auriam bem registrada.
Eis que se passam mais e mais quilômetros (por volta de 120, se não me engano) e fizemos a primeira parada para o reabastecimento. Lá, o Samuel BMW já encontrava-se totalmente desolado. Não estava nem conseguindo mais segurar a câmera para tirar foto…..Olhou para a Kombi umas 10 vezes até tomar a decisão: vou pro Cata Osso. Procurando um pouco mais, notei que, de fininho, o Auriam tratou de achar um lugarzinho pra ele lá dentro tb…. kkkkkk! Como eu não havia pago o pacote, tratei logo de achar o meu rumo no boteco do posto onde paramos e fiz minha reposição energética. Saimos do posto pontualmente 20 minutos depois.
Quando “achei” que o Romar tinha acompanhado o Auriam, EIS QUE ME APARECE O BRAVO CARÍSSIMO, NO MEIO DO PELOTE, VIRANDO OS ZÓIO E COM A FACA NOS DENTES ACOMPANHANDO TODO MUNDO! Sim senhores! ELE foi a grande revelação do pelotão! Aguentou firme o “gorrrrpe”! Uma coisa ficou clara: aquela pinta de barrigudo cachaceiro que não quer nada com nada foi por água abaixo! Ele tá treinando escondido com certeza!!!!!! Na verdade, acho que fizeram tanta piada com ele (e aquele caroço que ele costuma carregar na altura da barriga), que ele juntou forças pra moer todo mundo!
Depois desse ponto de apoio o pau comeu! FOram MUUUUUUUITAS subidas e descidas e quem passou a puxá-lo foi um companheiro que não tava nem aí pra quem ia ficando! kkkk
Quando olho para o lado, vi uma cena rara: O CARLIM DESCEU DO COROÃO! NEsse momento eu já concluí: o trem tá feio mesmo! Depois de uma batida feia numa tartaruga ao sair do acostamento, o Carlim acabou empenando a roda traseira. A partir daí, eu não sabia quem estava mais empenado: ele ou a roda!
Mais uma parada em anápolis. Nesse momento, como a caravana parou no meio do nada e eu não estava “serrando” os mantimentos da galera, resolvi seguir em frente sozinho para achar um posto. Após uma rápida parada, senti que minhas dores na bunda estavam maiores do que nas pernas e a fadiga dos pulmões. Mesmo sabendo que o Carlinhos iria duvidar posteriormente de mim, achando que eu ligaria para alguém me buscar, acabei indo de Anápolis a Goiânia puxando um pouco mais e acabei não sendo alcançado pelo pelotão. Cheguei em Goiânia e fui direto pra casa.
Na quarta-feira de cinzas, fiz questão de apurar os fatos e fiquei sabendo que nessa parada de Anápolis, o Auriam desceu do “cata osso” e conseguiu fazer uma chegada mais que honrosa! PORÉÉÉÉÉMMMM, devo dizer que o Romar chegou bem na frente dele, já que rodou muito mais quilômetros em cima da bike! (Foi mal Auriam, contra fatos, não há arumentos…..)
Ouvi também uma história do Carlinhos dizendo que tinha feito chegadinha em Goiânia e chegou na frente de todo mundo… mas essas histórias dele eu acho complicado acreditar….ninguém nunca viu… nunca tem foto, nem filmagem nem nada.
Final de viagem: todos com aquele sentimento que só nós sabemos o gosto: a sensação de dever cumprido!
Fotos logo mais, quando o Samuel conseguir descarregá-las da GoPro.
Agradeço imensamente aos amigos por terem ficado na minha casa aqui em Brasília e pela companhia e paciência. Até a próxima “inventada de moda”.
Por Gustavo Johni Bravo
P.S.: Formalizo aqui o pedido de desculpas já feito aos membros do pelotão que pagaram pelo passeio. Minha intenção não era ir de “pipoca”. Era acompanhar meus amigos no pedal. Infelizmente, organizei-me muito tarde para pagar a inscrição de forma que fui com meus próprios mantimentos e sem contar com o apoio da organização do evento.
