A Belém – A riqueza que não tem preço

Ao longo dessa presepada do Prof. Sandro, eu (Mudin) e o amigo Nilsinho ficamos incumbidos de irmos contando um pouco do dia a dia da viagem.
Tentamos transcrever fatos, identificar pessoas e, acima de tudo, transmitir um pouco do sentimento do nosso herói viajante ao longo dos dias que se passaram.
Ao longo das conversas, era visível o estado de êxtase do viajante.
Palavras e mesmo vídeos tornaram-se recursos demasiadamente limitados para expressar a grandeza dos sentimentos que cresciam como o pé-de-feijão da historinha do “João e o Pé-de-Feijão”.

Perrengues, belezas naturais, apuros, pessoas maravilhosas, cansaço, mensagem de amigos…..um mix de sentimentos que com certeza foi fazendo uma verdadeira Vitamina de ânimo para enfrentar os 16 dias de viagem…que diga-se de passagem, foram até menos do que o planejado.
E o mais engraçado é que já chegando ao final da viagem, Sandro dizia que estava ficando um pouco triste. Já sentindo falta da estrada e da companhia da Mariana Godoy (nome dado à sua companheira de viagem – a Bike).
Nilsinho falou em determinada mensagem:
“Sabia de duas coisas:
Que você faria isso em menos tempos que o planejamento
e que chegaria com um mundo veí de histórias!”

“Só o kimba!”

E a resposta foi de bate-pronto:
“Mas cara….vocês não estão entendendo…..eu ainda não acreditei que cheguei. Que eu consegui!”
E um dos mais evidentes sentimentos que permeava em todas as mensagens era a GRATIDÃO.
Sandro agradece o tempo todo ao apoio dos demais Seriemas, amigos e companheiros que cruzaram com ele na viagem. E, já que ele é um cristão, agradece muito a Deus também. Por ter dado luz e força ao longo do caminho.

Dia 13 até a chegada a Belém

Cansaço.
Exaustão.
Câimbras.
Formigamento.
Assaduras.
etc.
etc.
etc.
Foco
Força
Fé!
Estes sentimentos parecem traduzir a última pernada do Prof. Sando para a chegada a Belém.

Pausa para registrar o apoio do Davi, do IMABA do Espírito Sandro do Maranhão, que visa acabar com madeireiras clandestinas

E uma última filmada antes de deixar o estado do Maranhão.

“O pedal de hoje foi PUNK DEMAIS! Clima de deserto. Subida, subida e mais subidas!!! 148km!”

E uma das grandes dificuldades relatadas era por conta das vias. Asfalto com muitos buracos. Muito lixo, cacos de vidro, resto de pneus além de gambiarras para escoar água de chuvas. A atenção e a tensão estavam grandes.
E fatos assim, funcionam como combustível ao Prof.
“-Hoje fui parado na estrada por essas duas figuras. Guimarães e Pr. Luiz, perguntando se eu era o Sandro e que estavam acompanhando a viagem e torcendo muito por mim!”

E seguindo a indicação do Seriema Nilsinho, parou no restaurante “Trem Bão”, há 35 km de Belém.
E recepção topísisma com direito até a sanfoneiro!!!

“-Galera….estou encabulado! Cada dia estou ficando mais forte! A única explicação é Cristo na causa!”
E….como não poderia ser diferente do que acontece sempre lá pelas regiões do Norte do Brasil….a recepção foi uma chuva torrencial que obrigou nosso herói a parar embaixo de um abrigo.
Asfalto seco e partiu-se para o destino final.
Com direito a escolta de companheiros em uma bicicleta Tandem!

E a recepção pelo companheiro Taciano da Taciclo foi excelente! Colega tem 40 anos de ciclismo e algumas preciosidades guardadas em casa.

E mesmo tendo chegado, as mensagens do Prof. Sandro para o grupo é de que ele não estava acreditando que isto estava acontecendo. 
Quando questionado se já se passava um filme em sua cabeça com os vários momentos da viagem, Sandro foi enfático em dizer que ainda não se passava nada. Era um vazio na mente. Apenas o sentimento de gratidão transbordava nele. 
Fiquem ligados que depois de ter caído a ficha, tem relato do Sandrão por aqui!!!

Paracambike 2016 – Seriemas no RJ!!!

Em 2015, Seriemas já haviam sido extremamente bem recebidos lá em Paracambi, pelas bandas do Rio de Janeiro.
Lá, reside maior parte da galera do Paracambike, grupo de pedal apaixonado pelas magrelas, assim como nós.
A recepção fora tão boa, que decidimos voltar em 2016 para corrermos a Marathon Paracambike novamente.

As palavras são inexistentes para descrever o carinho mútuo que temos entre nós.
Risadas e diversão são mato quando nos encontramos.
Sexta feira a recepção já foi top no Restaurante do Raul. Ponto de encontro enerno da galera da Paracambike. Depois de muito nos “hidratarmos”, tratamos logo de dormir (mentira, destruímos a casa do Mandioca de tanta bagunça q fizemos).

Já no Sábado cedo (todos ressaqueados), nos juntamos com o representante do grupo Hooligans de Goiânia (Thiagueira) e partimos para o reconhecimento de parte da prova.
Assim como aconteceu no ano passado, a goianada ficou completamente deslumbrada com os visuais. Coisa bem diferente do cerrado que estamos acostumados.

A prova já estava praticamente toda marcada e fizemos o percurso sport.
Ao longo do percurso, sempre avistamos a famosa/tenebrosa subida da Petrobrás. Nada menos que 3 quilômetros de subida com 400 metros de ascensão (Para se ter uma ideia, a Subida da Macaca tem 1,7km e sobe 180 metros).
A tarde, fomos fazer os 15kms finais da prova para ajudarmos na marcação.

(Piadinha intena)

Diversão pura e oportunidade única de vivenciar ainda mais os locais por onde passamos.
A noite, foi mais farra durante o jantar depois da entrega de kits.

E domingo foi dia de sofrer na prova.
Eu (mudinho) e Thiagueira na categoria dupla e Larissa na Elite Feminina.
Prova topíssima em todos os âmbitos. Kit show, largada pontual e marcação impecável! Sem dúvida, não há como colocar defeito algum!
Sobre os resultados, muito infelizmente, batemos (todos) na trave (ou travessão…como queiram!).
O sofrimento foi enorme!
Mas só de termos completado, ficamos todos extremamente felizes.

E fica aqui nosso agradecimento à galera da Paracambike, especialmente nas pessoas do Altair, Glauber e o (também Seriema) Mandioca e à Lina Monteiro que foi fundamental para o nosso apoio antes, durante e após a prova!
Ah….e valeu Thiagueira pela “mãozinha”….kkkKK!!!!

Dias 10 a 13 do Prof. Sandro rumo a Belém

Dessa vez, um relato tentando “incorporar” a visão do Prof. Sandro, com narração em primeira pessoa:
“Viagem que segue.
Incrível as pessoas que encontro pelo caminho. É como se cada uma delas tivesse um universo inteiro dentro de si.
O Brasil é de fato grande.
Mas o povo que o habita, é imenso!
O andar da bicicleta, definitivamente, rompe barreiras. E não estou me referindo aqui a barreiras de distância física entre um ponto “A” e um ponto “B”.
Me refiro à barreira cultural. Econômica. Intelectual. Sentimental. Emocional.
A cada encontro com outros indivíduos, é uma nova história que se abre como um livro à minha pessoa.

Andarilhos, caminhoneiros, trabalhadores de estabelecimentos ao longo da rodovia, pais que vivem longe da família…
Cada uma das pessoas por quem passo e com quem troco idéias (por mais breves que sejam), acabam se abrindo. Diria que ficam quase “nús” em termos de sentimento. E compartilham comigo um pedacinho bem significante de suas histórias. Dos seus sentimentos. Suas vontades. Seus sonhos.
E a bagagem se enche de novos contos. Novas experiências.
Algo interessante que percebi, é a vontade de grande parte dessas pessoas em ser reconhecida.
Ser vista. Ser ouvida.
As pessoas “só” querem ser tratadas com respeito e nada melhor que um sorriso sincero que a gente possa dar a elas.
A viagem se seguiu dentro dessa filosofia e os locais e as pessoas são impossíveis de serem descritos(as) em palavras ou fotografias.

Há 20km da divisa do Tocantins e o Maranhão, eis que me deparo com chapadões magníficos.
Na cidade de Carolina, recebi hospedagem de cortesia na Pousada Belo Sono.
Encontro com Euler, da Igreja Batista de Carolina.

Os amigos Vilmar Rege e Huelinton, que além de terem feito companhia em parte da viagem, fizeram uma das melhores fotografias da viagem:

E pausa para comer:

Jantar delicioso oferecido pelo Sr. Dedeco, proprietário do Mocotozin:

Pausa em um criadouro de peixes, para ver uma magnífica criação de Pirarara com o colega Hueliton Cruz.

E a receptividade em Estreito no Maranhão foi magnífica! Vibrações extremamente valiosas que revigoram as energias!

Em Imperatriz do Maranhão, recebido pelo Prof. François Sabareza, não foi diferente. Inclusive, com pouso oferecido.

Até a bicicretinha dormiu junto com esta navegação inacabada.

Destque ainda para a presença do Seriema Max também em Imperatriz do Maranhão, que veio me receber e me prestigiar.

Por fim, Sandrão enviou a seguinte mensagem:
“Moçada, continuem com boas vibrações. Vou precisar demais da conta. Vejo que a viagem está acabando e não posso perder a concentração. A perda de atenção e o desgaste são mosntros!”

Segue Vídeo:
E a chegada do Sandro ao encontro do Seriema Max
Dias 5 a 9 no caminho do Prof. Sandro a Belém

“Galera….. danou-se!”
Recebemos essa mensagem do Prof. Sandro quase meia noite.
Ficamos um tanto preocupados e assustados.

Um pouco antes, ele havia dito que estava levantando um mini acampamento em posto de gasolina.
Pensamos um monte de coisas, até que cerca de duas horas depois, recebemos a seguinte mensagem:
“-Galera, por medida de extrema segurança, tive que desmontar barraca e seguir mais 30km até encontrar um hotel na divisa GO/TO. Cresceram o olho na minha bike. Um amigo viu minha localização e foi ao meu encontro. Estou em Talisã.  Amanhã, pretendo chegar em Gurupi.”
Se por um lado estávamos preocupados, por outro, nos aliviamos um tanto.
E no outro dia, já com a alma lavada de mais estrada, Sandro nos manda mensagem dizendo que havia encontrado os amigos Jardel, Milene, Vitória e Natália.

E é incrível como as crianças acabam sempre fazendo parte de tamanha aventura! Elas, definitivamente, são as que mais vibram conosco ao longo delas!!!

Em Gurupi, Sandrão resolveu dar um grau na bike. Recolocar fitas antifuro nos pneus e resolver problemas de comunicação que vinha tendo com o celular.
E aproveitou para rever amigos de Infância, como Zanderlam Araújo, que foi recepcioná-lo ainda quando estava passando pela Rodovia.

Já na hora do almoço, foi hora excelente de encontrar os amigos da família Araújo, que são amigos do Prof. desde 1978, da Igreja Batista Jardim das Esmeraldas.

Em 9 de julho, recebemos esta incrível foto, contando deste senhor de 61 anos que está pedalando há dois meses nas rodovias.

E já em Paraíso do Tocantins, a recepção do companheiro Hilário, do grupo Araras do Cerrado, foi excelente!!!

Sem contar que fez companhia pelos próximos 45km até Barrolândia.
Coisa boa de se ver também, foi no Posto Tabocão, com estadia oferecida pelo gerente Sérgio Rodrigues.

Cicloviagem tem dessas coisas….. apesar do mal do munod fazer bem mais barilho, tem gente boa demais espalhado por aí para nos ajudar SEMPRE!
Já nessa altura do campeonato, Sandrão nos conta que o sol para aquelas bandas é de outro mundo. Que amanhece 7 da manhã e escurece 18 horas.

E mais recepção boa pelos amigos Zé e Rhadina, que receberam com estadia e alimentação.

Noutro dia, recebemos a notícia que o próximo destino seria Nova Olinda, a 65km de Araguaína. E os dizeres seguintes foram: “A aventura está massa demais. Tô parecendo menino de tanta alegria!”
Coronel Floriano ajeitou janta e dormitório excelente em Aliança do Tocantins.
E o encontro com outros “malucos” é inevitável. Avistou-se uma turma de 25 ciclistas que saíram de Imperatriz no Maranhão, da Zilmar Bike, e estavam indo no pedal até o Rio de Janeiro, para assistirem a abertura dos jogos olímpicos.

E Quando estava chegando em Araguaína, já começamos a sermos reconhecidos. Em uma das paradas, por conta da influência de um dos idealizadores do grupo (o Max), já me pararam perguntando se Sandrão era amigo dele.
A recepção foi na Navesa Caminhões pelos amigos Jânio e Poliana, em Araguaína.

E hoje….descanso merecido em Filadélfia. Com direito a almoço feito pelo amigo Jardel.

E este aqui é o resumo da Trip até o momento:

Confiram só o vídeo mostrando a felicidade do Prof. Sandro ao longo de alguns trechos:

Dias 3 e 4 da IDA a Belém. Professor Sandro

Em nossas cicloviagens, do grupo Seriema Pedal, sempre testemunhamos o quão generoso é o povo do sertão. A receptividade é diferencial, se comparado com o “povo da cidade”.

Todos ávidos por saber qual história que nos leva a pedalar por dias, com bagagem nas bikes e deixando família por alguns dias.
Nesse ponto, se tem alguém que sempre foi cheio de histórias incríveis é o Sandro Rodrigues.
Fico a imaginar ele, sozinho na BR-153 e a cada parada, uma história sai.
Shhoooowwwww!!!!

Nesta terça-feira, 05/julho, Sandro iniciou o dia já quase em uma borracharia, na Cidade de Campinorte. Asfalto fura pneu até mais que na trilha. Os “carros” não tem educação…

Na véspera, foi quase que só festa na cidade de Uruaçu e entre tantos novos amigos, o também professor Regynaldo, amigo do Seriema, de outras trilhas, bateu altos papos com nosso viajante.

Na estrada, o que não faltou foram os mais inusitados encontros.
Desde bate-papos intelectuais com andarilhos (sim, estes tem muito a ensinar), a lanches oferecidos por goianos que cruzavam a rodovia, de carro. Outros ciclistas – a paisana – que oferecem recepção em suas cidades à frente e etc.
Mais e mais histórias vão se acumulando na cachola do Professor.

Não entendi o porque o Sandro disse que era em homenagem ao Seriema…

Pedaladas a fio e cicloviagem que segue.
Ao final do dia, nosso aventureiro faz seu descanso em hotel, na divisa entre Goiás e Tocantins.

Logo, Sandro estará em Gurupi.
Nossos amigos Otaniel e Max já fazem a movimentação para o trecho tocantinense.

A certeza que observamos é que várias pessoas, muitas mesmo desconhecidas, estão se movimentando pra colaborar com essa viagem. Cada uma no desejo de ter a coragem de fazer o mesmo, mas que a rotina e vários outros fatores impedem.

O brasileiro é mesmo um bicho solidario!

Ahhh…
Fico a imaginar o visual que ta rolando…

1a Pernada rumo a Belém – PA

Eis que nosso herói, o Seriema Sandro Rodrigues parte no Sábado, dia 2 de julho rumo à Belém.
Depois de entrevistas dadas, foi hora de rumar ao infinito.

Rádio Interativa

Todos do grupo acompanhávamos ansiosamente a partida.
O primeiro destino, seria a cidade de Jaraguá, ainda em Goiás.
E lá foi-se, devidamente “escoltado” por alguns amigos no início da viagem:

Lá pelas bandas de Petrolina, surge o Seriema Zoião para fazer a última entrega da viagem: o novo manto 2016

Zoião entregando o manto:

Na chegada em Jaraguá, a primeira recepção foi nota mil. O grande amigo do grupo Osvaldino e família trataram de uma recepção pra lá de excelente! Como já é de praxe!!!

E como não poderia ser diferente, já tem história para contar.
Em determinado ponto da viagem, nos contou o Prof. Sandro que conheceu Luciano Sousa, que estava viajando de Campinas/SP até Belém também. E que andava em média 50km/dia. Saka só:

Emocionou-se quando o Prof. Sandro parou. E disse que até aquele momento da sua viagem, nenhum outro ciclista havia parado para conversar com ele. E o companheiro temporário de viagem, acabou emocionando-se muito por isso.
Além de ter pirado pra bike do prof. , ainda ganhou de brinde maltodextrina e uma camiseta nova.
Viagem que segue.

E a próxima parada para pouso foi em Uruaçu.
Renê Luiz e família acolheram o bravo herói.

E mais ainda! Além de tê-lo acolhido, ainda fizeram um baita de um churrasco e a esposa de Renê, que é enfermeira, ainda fez uma baita de um soro com Vitaminas para melhorar dos primeiros dois dias de viagem.
Fiquem ligados que postaremos os demais dias do aventureiro!!!