Cicloviagem Goiânia – Paraúna 2014 – ROOTS!

E lá fomos nós pra mais uma cicloviagem (latada), saindo de Goiânia com destino a Paraúna.
Sempre seguindo nossas premissas: off road ao máximo & autônoma!
É engraçado como são as coisas quando se trata dessas aventuras….especialmente quando envolvem nossas amadas magrelas. Já sabemos que pode acontecer de tudo. Tanto coisas boas, quanto inúmeros imprevistos(que não necessariamente são ruins). Pode até ser que a gente não chegue…… Mas uma coisa é certa: VAI SER MASSA!!!! Sempre é.
Outra coisa engraçada é que essas cicloviagens parecem sempre virem em momentos oportunos. Muitos de nós, nos últimos meses, passamos por alguns momentos difíceis e estressantes. Com certeza, esta é nossa melhor forma de “descarregar” tudo.
E assim foi feito!
Quando começamos a nos programar para esta viagem, o destino final era a Cidade de Goiás (antiga capital). Porém, no último mês, o Élvio Jão nos propôs uma mudança de percurso, alterando o destino para a cidade de Paraúna. Em outra ocasião, os Seriemas já haviam feito uma viagem até a cidade de Jandaia (que você pode conferir clicando aqui). E Paraúna seriam mais alguns (duros) quilômetros depois dali.
Na largada, todo mundo sorrindo… kkkk
Destino marcado, rota definida e lá fomos nós!
-Romar
-Auriam
-André Perfect Man
-Nilsinho
-Élvio Jão
-Derúbio
-Helinho KHS
-Rubão Dahlsin
-Cleomar
-Gustavo Johny Bravo Mudim
-Chicão
-Fernando Pombão
-Carlão
-Weldes Zoião
-Ailton
-Bruno Sinhá
Ao longo da semana era evidente a ansiedade de todos. Muitas mensagens trocadas pelos diversos meios de comunicação para acertarmos os detalhes finais.
Estávamos com bastante receio de pegarmos muita chuva, já que aconteceram diversos dilúvios na região nos últimos 15 dias. O Zoião mesmo, que estava fazendo a primeira cicloviagem, estava como um “pinto no lixo”. Ansiedade e nervosismo se misturavam.

Um diferencial desta viagem foi que decidimos tentar fazê-la em uma só “pernada”. Saímos na madrugada de sexta para sábado, do Posto ao lado da Avenida Rio Verde. O horário de chegada, só Deus sabia.
Partimos.

Até chegarmos na terra, passamos por alguns setores nos arredores de Goiânia. Uma galera sempre passando por nós de carro e vendo o bando todo iluminado, sempre nos incentivando e nos motivando. Muito legal de se ver!
Alguns quilômetros adiante, era hora da diversão: TERRA! E LAMA!
Saída a meia-noite.
Fomos andando com cautela pelo chão com os faróis no máximo. Milagrosamente, não chovia. Mas por conta dos últimos dias chuvosos, ainda havia muita lama. O tempo estava relativamente agradável para pedalar. Nem frio nem quente. Mas bastante abafado.
O grupo foi bastante coeso e junto até a primeira cidade: Varjão. Mais ou menos 65 km rodados. Ali já estávamos já com bastante sede e fome (alguns mais esfomeados que os outros, né Chicão, kkkk). Infelizmente ainda estava de madrugada e não havia nada aberto. Nenhuma alma viva na rua.
Achamos uma torneira no meio da praça (como é de praxe em cidades do interior), que foi o suficiente para nos reabastecermos.
Aproveitamos para comer um pouco dos mantimentos que havíamos levado nas bikes.

Seguimos adiante, passando por algumas fazendas. Em determinada altura, passamos por um local onde teríamos que atravessar um curral com muuuuuuuuuita lama. Tentamos nos aproximar com bastante cautela para não assustar um trabalhador que já estava a fazer a ordenha, afinal de contas, 16 loucos com aquele monte de luz piscando não é algo que se vê todos os dias.

Seguimos adiante e o dia passou a raiar.
Dia raiando e denunciando belíssimas paisagens
Passamos um bom trecho de subidas até conseguirmos avistar a fábrica de cimento instalada nos arredores da cidade de Cezarina.
Fábrica de cimento de Cezarina

Engraçado que era início da manhã. Estávamos todos meio “abobados” pela noite virada. Foi um mal estar misturado com a adrenalina do pedal. Coisa meio estranha de se sentir. Essa cara de tonto não era por bebida alcoólica…
Embriaguez de sono

Todo mundo já morreeeeeeeeeeendo de fome!
Parada para uma fotinha do grupo com a cidade adiante.
Bravos guerreiros!

Adentramos a cidade e fomos direto a uma padaria. Simplesmente destroçamos a comida. De cara, enquanto faziam mais de 20 misto-quente, foram mais de 100 pães de queijo, bolo, outras guloseimas e muuuuuuuuita Coca-Cola e suco (para os mais frescos).

De cara, 100 pães de queijo!


E algo que nos ajudou, foi uma mangueira com água para darmos um “grau” nas magrelas.
Dois colegas do pedal, de Cezaarina, chegaram para conversar conosco, compartilhando de toda aquela “vibe” que envolve estes desafios que encaramos.
Amantes da bicicleta em Cezarina

Seguimos adiante até um supermercado para comprarmos água e nos reabastecermos antes do próximo destino: a cidade de Jandaia, ponto final da outra viagem que o grupo fez.
Parada estratégica para “hidratação”
Eis o que ainda estava por vir…
Passamos por um pequeno trecho de pastagens em alguns singletracks. Inclusive, passamos um grande susto com o estouro de uma manada de bois da raça nelore.
Casas antigas e lindas

Trecho com muitas subidas depois de Jandaia

KD os seriemas?!
Depois passamos por algumas regiões de plantações.
Aqui a canseira já começou a bater…. afinal de contas, neste trecho já começamos a subir um bocado.

=============
Uma pequena pausa aqui para uns esclarecimentos…
O seriema Pedal é bem conhecido por suas aventuras (latadas) que acabam exigindo muito tanto do nosso condicionamento físico, quanto da nossa maturidade psicológica. Em diversas ocasiões, quem anda melhor nas viagens não é necessariamente quem está melhor preparado fisicamente….
Infelizmente, como sempre procuramos os locais que podem nos dar mais “recompensas”, acabamos ficando mais expostos a alguns contratempos. E desta vez, muito infelizmente, um dos integrantes do Bando acabou sofrendo bastante por conta de uma intoxicação alimentar que veio a se manifestar depois de termos passado por Cezarina. Foram muitos “sons” e “odores” que nos acompanharam ao longo deste trecho…. e muitas plantinhas bem adubadas… hihihih
Destacamos aqui a grande solidariedade de alguns moradores de casas na beira da estrada que nos ajudaram prontamente com medicação e até água de coco. Infelizmente, tivemos que seguir rebocando o membro do bando…
==============

Em determinado momento, o grupo havia se separado um pouco. O grupo todo seguiu adiante e eu (Gustavo) e o Zoião acabamos sobrando um pouco para fecharmos algumas porteiras. Nós dois fizemos quase uma prova de contra-relógio para tentarmos buscar o grupo da frente. Entretanto só conseguimos alcançar parte do grupo em Jandaia, depois de muuuuuuuuitas subidas e um visual alucinante.
Contra-relógio para alcançar a galera. Na raça!
Faziam parte deste grupo que estava mais a frente e que nos aguardava Helinho KHS, Bruno Sinhá, Rubão Dhalsin, Chicão e Fernando Pombão.
O restante da galera simplesmente havia desaparecido!
A canseira começou a bater
Resolvemos aguardar para ver se chegariam.
Já era quase hora do almoço e neste trecho todos acabaram ficando sem água.
Aguardamos por volta de uma hora em uma pequena vendinha na entrada da cidade…. quando fomos surpreendidos com o flagrante:
Auriam rebocado

Pois é…. impossível não deixar registrado. A imagem fala por si só…..O Auriam descendo rebocado da caminhonete…. rsrsrs
Mais um tempo aguardado e chega o restante do bando com uma inacreditável estória:
Diz o Andrezinho que estava andando na estrada de olho no GPS, quando foram surpreendidos por uma Ema Magnética. SIM! ISSO MESMO QUE VOCÊS LERAM: UMA EMA MAGNÉTICA. Isso aliado à fadiga de termos passados a noite em claro, fizeram com que “perdessem” o sinal do GPS e seguissem por 5 km em um trecho equivocado…..

===========================
Nota:
Nesta “errada” de caminho, foi que aconteceu outra coisa que é importante deixar registrado: a sobra do Auriam na roda do Élvio Jão. Ele (o Jão) chegou comemorando! O Auriam veio lá com um papo de que tava assado e não sei mais o quê…
============================

Todos chegamos em Jandaia. Dali, seja por questões de saúde, seja por questões de fadiga, infelizmente dois do Bando tiveram que terminar a viagem de carona. Muito infelizmente. O bando ficou bastante sentido no momento. Obviamente a devida avacalhação comeu solta o restante da viagem. KkkkKk
Íh…..
Zoião chegou a cogitar abortar também, mas as palavras de incentivo e a força dele de um verdadeiro Seriema o fizeram encarar o restante do desafio!
Como já eram quase 14 horas, decidimos comer um lanche bem reforçado e seguirmos viagem. Faltava algo em torno de 45 km. Sabíamos que a chegada até Paraúna seria duríssima, com muitas montanhas.
As pernas já não respondiam muito bem e estavam todos bem fadigados (assados).
Grupo unido

Seguimos firmes e fortes. O silêncio acabou dominando um pouco o grupo e o foco passou a ser chegar em Paraúna. Até mesmo o Mudinho silenciou-se um pouco…só um pouco…. kkkk
Todos ficaram mais concentrados. Trechos de areia muito solta dominou o percurso. As pernas “piaram fino”.
Perfect moendo os cambitos!
Faltando coisa de 15 km, foi formado um pelotão de chegada. Derúbio, Helinho KHS, Carlão e Gustavo Mudinho. O pau quebrou. Posteriormente, Rubão Dahlsin se juntou à bagunça. Aguardamos todos para entrarmos junto na cidade. Já era por volta de 18:30. Quase 19 horas seguidas de pedal. Computados mais de 180km de percurso.
Como sempre, nos abraçamos e fizemos uma chegada triunfal em Paraúna. E quando digo triunfal, é triunfal mesmo! O tatersal da Pecuária da cidade foi reservado para nos receber. Nos aguardavam de braços abertos o Tiãozinho e a Tia Sílvia, tios do Élvio Jão, com um cardápio inigualável e muuuuita breja gelada!


Pessoas que conquistaram um lugar no
coração dos Seriemas: Tiãozinho e Tia Sílvia
Verdadeiro Banquete
O cardápio estava de tirar o chapéu. E não era porque estávamos com fome não. É porque estava topzíssimo mesmo! Quibe com um delicioso queijo temperado de tira gosto inicial e depois um banquete que fez todo mundo até perder o restante do fôlego. Tinha até um monte de gente do bando dormindo sentado…
Depois de muuuuuuuuuita conversa jogada fora e de forrarmos bem o estômago, nos dirigimos até o hotel, localizado no alto da cidade. E quando falo alto, era alto mesmo! Num morro que terminou de nos matar! Mas que nos deixou em uma posição privilegiada para um dos cartões postais da cidade:
Posição privilegiada do hotel

No outro dia cedo, depois de um belo café da manhã, fomos fazer um tour pela cidade. Pensa num “lugá buniiiiiiiiito…”


Voltamos ao tatersal para, novamente, um belo banquete! Destaque para a “quenga” que comemos…. sério. Quenga. Tava uma delícia!
Calma Seriementes… a gente pode explicar. Olhem só a foto:
Seriemas comendo uma quenga

Logo depois do almoço, se já não bastasse toda a recepção, fomos convidados à Rádio Veredas FM para darmos uma entrevista. Coisa linda de se ver o incentivo ao esporte! Fomos Eu (Gustavo Mudinho) Nilsinho, Élvio Jão e Tia Sílvia. Respondemos a diversas perguntas da apresentadora do programa da Rádio e a algumas mensagens enviadas pelos ouvintes.

A entrevista você pode conferir clicando aqui!

Seriemas na Veredas FM de Paraúna. Muito obrigado pelo apoio!!!
Na volta, dentro da van, assistimos a alguns filmes educativos no celular do Mudinho até chegarmos na casa do Élvio Jão onde fomos recebidos ao som de Natiruts, tocado pelo filho dele, o Iago.
Foi top!

E até a próxima cicloviagem (latada) do Seriema Pedal.

Destacamos aqui o apoio do Adilson pela concessão do Tatersal, o Valdir da Vinícola Casa de Pedra pelos vinhos produzidos na cidade, Rodrigo da Nova Safra, Gian da Comigo e a Rádio Veredas FM, além de outras pessoas que preferiram não se identificar, por terem nos dado o apoio na cidade de Paraúna. E, principalmente, ao Tiãozinho e à Tia Sílvia, que se empenharam tanto para o incentivo ao nosso amado esporte. Vocês, sem dúvida, moram no coração do Seriema Pedal!


Presente da Vinícola Cálice de Pedra

Por Gustavo Johny Bravo – Mudinho


Dados do percurso (saindo do Flamboyant): 197,2 km rodados. 2.238 metros de ascensão. Ou seja, DURO! Hehehe

As fotos vocês podem conferir clicando aqui: