Ciclotrip – Goiânia – Goiás: de volta às origens



Conta a história que há muito tempo, cerca de 600 anos a.C, havia um rapaz jovem, de família rica e muito abastada vivendo em seu reinado na Índia. Sempre rodeado de muito conforto e regalias. 

Certa vez, ele decidiu sair do palácio para visitar as imediações. O cenário era bem diferente do seu cotidiano: viu pobreza e sofrimento. Ficou sensibilizado com o que era, de fato, a realidade e questionou-se sobre o verdadeiro sentido da vida e quais os motivos da sua existência. Diante dos questionamentos a si, resolveu sair de sua redoma para viver com tribos habitantes de florestas, fazendo ioga e práticas meditativas. 


Há mais de 10 anos alguns malucos se reúnem eventualmente em viagens de bicicleta e explorar lugares quase virgens no centro do nosso Brasil maravilhoso, o nosso Cerrado. 


A primeira história se refere a Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda. 
Na segunda, somos nós do Seriema Pedal. O que une ambos é a insatisfação de viver na inércia do mundo. Ambos parecem ter o mesmo desejo: “deixar de SOBREVIVER para VIVER”. Buscar o”eu”.

Uma grande verdade: “como seria bom o mundo se todos fossem como se mostram no facebook”. Em tempos de amizades e relacionamentos baseados na realidade virtual “zapzap” (se é que existe algo ‘real’ e ‘virtual’ ao mesmo tempo….) nós do Seriema vamos atrás de algo mais. De fato, cada membro do bando tem um motivo particular para estar nas cicloviagens, mas todos estão atrás de algo a mais. Experiências a mais. 
E foi nesse espírito que fomos nós, estrear no novo manto


O local sugerido foi repetirmos os mesmos destinos de uma das primeiras viagens nossas. Retornaríamos à Mossâmedes e, posteriormente, à cidade de Goiás, antiga capital goiana. 


A família vem crescendo e uma força tarefa da galera do “Primeiro Manto” foi mostrar a nossa filosofia: viagem autônoma, interagindo com os locais com o mínimo de invasão e o máximo de respeito!

Eu (Mudinho) e o novo membro Lucão, fomos à casa do Nilsinho no dia anterior. Fomos recepcionados com uma deliciosa macarronada feita pela caríssima Seriemete Nádia. Eu e Nilsinho já avisamos ao Lucas: “-Não adianta… você não vai conseguir dormir! Nunca se consegue dormir na noite de véspera!”


Primeiro dia:


E lá fomos nós…. acordando 3 para sair às 4 da madrugada para nos encontrarmos em um posto pros rumos da Avenida Rio Verde. 
Faróis acesos. E sebo nas canelas para sairmos o mais rápido possível do odiado asfalto, afinal de contas, Seriemas são criados a terra e lama! 


Nosso primeiro destino foi a cidade de Trindade. 
Como sempre, no caminho fomos surpreendidos por uma belíssima alvorada. 


Chegamos na cidade e fomos direto rumo à padaria. 
No momento da chegada, na hora do jump por uma ilha no meio da pista, um dos nossos “dinossauros” se esqueceu que estava usando garupeira e foi de encontro ao chão. Esparramou-se no canteiro central. Todos preocuparam-se muito, afinal de contas, a gente sempre se preocupa quando os velhin

hos tomam um tombo… rsrsrs. O pior foi que a blusa de frio ficou intacta, e o manto foi devidamente batizado. 

Muuuuuuuuito pão com ovo, coca-cola e sucos destruídos. Seguimos viagem. 


Ali, o cerrado já começava a demonstrar toda a sua beleza particular. Em meio à vegetação seca dessa época do ano, algumas bravas árvores retorcidas e de pele grossa expõem-se como verdadeiras obras de arte, destacando-se em espetáculos de cores e formas.



Vimos que o Derúbio estava meio calado e tals… E olhando de perto, vimos que ele tinha colocado algodão no ouvido. Será que era enjôo da voz do Mudin? Diz o Élvio Jão que era “cisma“…. kkkkk


E mais alguns quilômetros a diante até Avelinópolis, para mais um reabastecimento e para trocarmos pneus furados.Até pensamos em comer um sanduíche, mas achamos que era uma comida muito pesada para o pedal…..


Dali em diante, o terreno já começou a mudar um pouco. O que antes era mais plano, passou a ser subida. Junto com a força que usamos para desbravar, sempre somos recompensados por belas paisagens! Tão belas que palavras são poucas para mostrar….












Mais alguns quilômetros adiante e um dos membros resolve fazer um rápido pit-stop para aliviar um pouco de peso….. 


De fato, a secura dessa época do ano castiga nos castiga bastante. Tivemos que parar na próxima cidade, novamente, para nos reabastecer. Ali, o dono do nosso Caixa Único desceu uma deliciosa (e “quase saudável” mortadela). Junto com ela, apareceram castanhas de cajú, coca cola e……..cerveja! Mas só para tirar aquele gosto ruim de poeira da boca. 


Lindo de se ver é a interação que temos com a população da cidade. Principalmente com os senhores mais idosos e, principalmente, as crianças. Todos curiosos e, ao mesmo tempo, maravilhados com aquele tanto de aventureiro maluco. E as crianças, sempre lúdicas e cheias de energia, vão correndo para suas casas para buscar as bicicletas para desfilarem junto com a gente.




Nos reabastecemos fortemente, pois já era perto de 11:00 e sabíamos que a próxima parada (do almoço) aconteceria apenas perto de 14 horas. A fome de “comida de verdade” começava a apertar. No caminho adiante, fomos surpreendidos por uma criação de búfalos. Coisa muito legal de se ver. Pausa para fotos:



Mesmo alguns de nós já bem desgastados da quilometragem rodada, teve gente que resolveu treinar para ficar bem forte. E como se já não bastasse o peso da bike e da mala, colocaram pedras na garupeira para ficarem ainda mais fortes…. Tem doido para tudo, né?….. 


Chegamos ao destino do nosso almoço. Americano do Brasil. Ali tinha gente já mastigando o guidão de fome. O almoço foi cuidadosamente planejado pelo amigo Fernando. Simplesmente destruímos a comida do restaurante. Infelizmente ali, já com muitos quilômetros rodados, um dos companheiros do Bando sentia muita dor em um dos joelhos. Acabamos decidindo que ele seguisse viagem rebocado, até para ver se conseguia aproveitar o percurso do outro dia. 
Baterias devidamente recarregadas e seguimos viagem. O peso extra fez o ritmo diminuir um pouco. Mas as pernas (e o popô) já começaram a reclamar. E é interessante como o relevo vai ficando cada vez mais duro à medida que se chega perto de Mossâmedes. 
Mais uma parada em uma pequena vila e interação forte com a população local. Sempre somos muito bem tratados por onde passamos e arrancar uma risada do pessoal, é inevitável. 


Em determinada hora da tarde, Romar questionou se o Lucão estava se sentindo bem, pois ele estava calado há algum tempo e focando firme no pedal. Analisando mais um pouco, vimos que o caçula da turma estava, na verdade, em um verdadeiro transe com aquela coisa toda. Totalmente embriagado e dopado pelas paisagens e situações que estávamos vivenciando. Como um verdadeiro Seriema. Deslumbrado com as histórias que contávamos de viagens anteriores e ainda mais emocionado pela história que estávamos escrevendo ali, naquele momento. 



E em todo o caminho, ganhávamos sempre novas e diferentes recompensas….




O fim do dia foi chegando. E com ele, o pôr do sol. E com o pôr do sol, a grande recompensa do bando. Eis aqui, a fotografia eleita a melhor da viagem. De fato, a profundidade dela vai muito além de um mero cidadão local andando se deslocando em uma bicicleta Barra Forte: 





O dia fechou-se. E a chegada a Mossâmedes havia sido bem definida pelo Nilsinho: “- Você vê a cidade o tempo todo e acha que está chegando….Só acha…”. 

Bem quando terminamos de subir ao alto de uma gigantesca serra, partimos para a chegada que era feita por gigantescas descidas. O jeito foi ligar os faróis e moermos pirambeiras abaixo. Diversão total. Alguns poucos quilômetros antes da chegada, paramos e instalamos um sistema de som “bicicletivo” na bike do Élvio Jão. Chegamos ao som de muito Black Sabbath, Metallica, AC/DC e outros rock’n’nrolls!!!!


Fomos recepcionados na cidade por mais crianças, muito curiosas e cheias de disposição. Nos acompanharam pelo caminho até a entrada do hotel, onde fomos extremamente bem recebidos. 

E foi o fim do primeiro dia de viagem….

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Seriemas na Night de Mossâmedes:
E depois de nos estabelecermos no hotel, banho tomado, hipoglós nos popôs, seguimos atrás de um local para comer. E no caminho, eis que topamos alguém que seria uma das maiores figuras que os Seriemas já toparam em cicloviagens: Rodriguinho, amigo do Romar e do P-USA.



Fomos ao Cabrito´s Bar e a janta foi quase como um show de stand-up comedy. O cara é tão fera que conseguiu deixar o Élvio Jão e o Mudinho calados. Volume a milhão contando histórias (ou “estórias”) de quando era vizinho da antiga oficina do Romar e do Paulo USA, na T-9 e depois, de quando se mudou para a Europa. Uma verdadeira figura! Contou de como odeia acordar cedo e que horário certo disso é duas horas da tarde! E que estava com planos de se tornar vereador da cidade.

Muuuuuuitas risadas acompanhadas de uma jantinha para ninguém botar defeito e, claro, cervejas e coca-cola para reidratação. 



Segundo dia:

Depois de uma noite pessimamente dormida (como sempre em cicloviagens), todos acordam às 6 da manhã com o chato do Nilsinho se fazendo de despertador. Muita dificuldade de vários em deixar o conforto da cama quentinha. Ainda mais pelo monstro que nos aguardava para o segundo dia: a Serra Dourada. A bichona se fazia presente e intimidadora na saída do hotel. Por onde quer que se olhasse no horizonte, era nela que os olhares se focavam. Todos imaginavam, amedrontados, o que estaria por vir. 


Encontramos ali o outro membro do bando Thiago Sussu, que desta vez foi na “pipoca” e o amigo do bando: Jason Coró
Arrumamos as coisas e fomos diretamente à uma lanchonete para o café da manhã. Muuuuuuuuuuitos pães com ovo, café e coca cola.  
É muito interessante vermos a satisfação da população local por onde passamos, em nos atender. As cicloviagens do bando não possuem fins lucrativos. Fazemos questão de zelar pelo nosso nome e pela cultura do cicloativismo. E zelamos também, principalmente, pela nossa camiseta. E isso se faz acontecer em locais como aquela lanchonete. O respeito ao trocarmos ideia com os trabalhadores e de como fazemos questão pagar pela excelente comida (e recepção) é uma marca registrada nossa. As pessoas, com certeza, se sentem valorizadas. E nós, verdadeiramente, valorizamos. 


Ali, Lucas esperava do lado de fora o seu sanduíche. Muito azar da parte dele, quando Élvio Jão passou e olhou para as canelas do rapaz: estavam muuuuito sujas e encardidas, ainda fruto do pedal do dia anterior. E não teve jeito de evitar o apelido lançado: Lucas Macuco!!!!! kkkk


Barriga cheia e pé na areia….
Ali, seguimos um pouco mais adiante.
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Histórias de cicloviagem:
Olhei para minhas caramanholas e me toquei que havia esquecido de reabastecê-las. 
Bem no cantinho da cidade, já na saída, parei de frente a uma casa bem simples, espremida entre duas outras contrições. Pequena, mas muito bem cuidada. Com plantas verdes na frente. Havia uma senhora terminando de enrolar um cigarro de palha. Parecia meio acoada pelo bando que havia passado antes de mim. Dei bom dia. O marido dela tomou a frente um pouco desconfiado. Procurei usar um tom bem sereno na voz e explicar que estava precisando de água para seguir viagem. O gelo foi quebrado. O senhor sorriu e pegou minhas garrafas. Levou para dentro. A senhoria, bem idosa, aproximou-se, com bastante dificuldade ao pequeno portão que dava para a rua. Me olhou firmemente, mostrou um hematoma em um dos braços e disse: “Sabe filho, a polícia acabou de sair daqui. Essa noite um ladrão entrou em nossa casa. Estava mascarado como naqueles filmes da televisão. Foi horrível. Queria dinheiro. Mas parece que não reparou direito na nossa casa. Não temos dinheiro. Ele ficou muito nervoso e me bateu. Bateu em mim e bateu nele. Olha aqui como fiquei.” E também apontou para o senhorzinho que voltava com minhas garrafas cheias. Reparei os hematomas nos braços e rosto. 


Ali, uma navalha das mais afiadas passou no meu peito. Doeu. De verdade. Lembrei-me dos meus amados avós e de outros idosos por quem tenho grande carinho. 
Sabia que os meninos iriam parar mais adiante para me esperar, e que estavam ansiosos por seguir viagem. Mas fiz questão de ficar mais um pouco. Senti que tinha o dever de esparear os ares daquela casa. E foi o que fiz. Mostrei algumas poucas fotos para eles. Contei um pouco daquela nossa aventura que estava se passando e algumas coisas do que já havíamos passado no dia anterior. E recebi um grande “vá com Deus” …… a minha maior recompensa da viagem: o sorriso dos dois…..
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Viagem que segue:
Poucos quilômetros adiante, paramos aos pés da Serra Dourada. Nos juntamos. Os olhos de todos estavam no cume. Alguns de nós queríamos tentar zerar a tal subidona. E estava lançado o desafio. Cada um no seu ritmo, fomos adiante. 



Destaco aqui o meu companheiro de subida: Bruno Serralheiro, que não me deixou desistir. Quando pensei em desclipar, ele falou forte: “-Bora sô, que tá quase acabando!” Não estava, mas desisti de desistir. Chegamos ao cume zerando a subida.


É incrível ter a oportunidade de testar os limites do corpo. Longa e inclinada, a tal subida fez todo mundo, sem exceção, chegar ao ápice das forças. E a recompensa ao final… é sempre a mesma:














Jason logo citou quando chegou: “-Rapaz… esse tal de Dilúvio é forte! Zerou a subida toda!”
Há cerca de 10 anos, passei por aquele mesmo caminho. Mas na ocasião, nem 

Um bom tempo contemplando aquele visual e seguimos adiante até a entrada do parque. Ali pedimos o livro de registros para colocarmos nossos nomes, mais uma vez. Aproveitamos e pedimos para olhar os livros antigos. E lá estavam nossos nomes. 
P-USA chegou ali tão fadigado que pensou ter perdido o celular. Após muita procura, encontramos. Ele estava no bolso da camiseta…. rsrsrs.
Alguns areais adiante e chegamos ao local que é meio impossível de ser descrito em palavras. Talvez, em imagens:


Uma booooa pausa para uma foto oficial do grupo e um grande momento para contemplarmos todo aquele horizonte. Fruto de uma verdadeira conquista de nossa parte. Afinal de contas, cada um de nós sabe o que teve que abrir mão para poder estar lá, naquele momento e naquele lugar. 

Alguns amigos resolveram ir até atrás de um dos cumes, para ver o local onde a artista Goiandira do Couto colhe areia. Ela é bem conhecida por fazer belíssimos quadros usando areia no lugar de tinta (clique aqui para ver um pouco da obra da artista)








E para quem foi, valeu muito a pena, com toda certeza. 
Depois disso, fomos fazer o que a gente realmente gosta: descer pirambeira!!!! A descida da Serra Dourada para o lado da cidade de Goiás é alucinante. E dessa vez, diferentemente de outras que o grupo esteve no local, quando as descidas estavam meio estragadas por valas, dava para descer por uma boa parte dela. E assim o fizemos. Alguns (vários) terrenos comprados. Mas nada grave. 



Apenas nos assustamos muito quando o Carlão quase que passa dessa para uma melhor em um dos precipícios. Faz parte….

Ao final, já dentro de uma mata, nos reunimos para arrumarmos uma das bikes. Enquanto o Romar dava um grau, o pessoal (muito gente boa) escondeu a bicicreta dele. E não é que ficou bem escondida? 


Obviamente o Romar, que não gosta desse tipo de brincadeira, ficou muito brabo. E jurou todo mundo de morte!

Em determinado momento, paramos para arrumar mais um pneu furado (que nesse dia foi um festival). Jason soltou: “pneu furado, é hora de ir para o piquiras!” e subiu como um macaco num pé de Pequi!



Até aqui, a viagem estava indo muito tranquila. Tudo conforme o planejado. Na verdade….tranquila “até demais”. Estávamos no caminho já bem conhecido por muita gente que vai até a cidade de Goiás. Porém, havíamos planejado de pegar uma estrada desconhecida para explorarmos novos locais. Paramos em uma represa e encontramos dois cidadãos locais em uma caminhonete gaiseira. Ficaram também admirados com aquele bando de maluco em bicicleta. Conversa vai…. conversa vem….. e um dos caras falou: “-Eu sei de um atalho que já colocará vocês na estrada principal. É bem mais perto!” Uma grande verdade: Seriema é bicho besta! Adora fazer esse tal desse atalho. São mais de 10 anos pegando atalho! Você que não é do grupo, aprenda uma coisa: se um Seriema te chamar para pegar um atalho, não vá! É FRIA! 
O pior de tudo, é que a gente insiste em ir! E assim foi feito! Largamos os caminhos traçados do GPS e pegamos o tal atalho. Pulamos uma pinguela e entramos num singletrack de mato bem alto.
SERIEMA PEDAL-LATADA-ROOTS! – Esse deveria ser o nome do grupo!
Já na primeira bifurcação, a bagunça comeu solta. Tinha seriema em tudo quanto é lado espalhado mato adentro. Depois de muita gritaria, juntamo-nos novamente e, depois de uma pequena parada para contemplarmos um belíssimo pé de buriti carregado, peitamos mato adentro. 




Depois de uma parte de mato alto, adentramos em um singletrack bem estreito, feito em solo com muitas pedras.  O Romar não conseguia nem disfarçar o sorriso da cara quando nos demos conta que estávamos meio perdidos. Seguimos muito adiante até um outro ponto de bifurcação, sempre pedalando nas pirambeiras e sofrendo nas subidas.



Ali, todos paramos. Os três dinossauros: Andrézinho, Cleomar e Carlão seguiram por uma banda. Nilsinho, Pombão, Helinho e eu fomos para outra banda, para vermos se havia alguma saída. A galera ficou esperando. O primeiro grupo seguiu adiante. O segundo acabou vendo que o trieiro não saía em lugar nenhum, fazendo com que tivéssemos que voltar para trás. Por desencontro, nos perdemos dos “velhinhos”. Seguimos em grupos separados.
Naquele momento, estávamos a cerca de “só” 5 km do local previsto para a chegada. GPS e nada era a mesma coisa. 



O jeito foi fazer uso dos meios roots de sobrevivência e orientação: peitar o mato no peito! A canseira já batia. Apesar da baixa quilometragem rodada, a grande subida da Serra Dourada junto com a descida extremamente dura e técnica já cobravam o preço. O sol e o tempo seco também não ajudavam muito. Já passava de 13 horas (a previsão de chegada era 12). E o que mais deixava todos totalmente desorientados era o fato de estarmos há manos de 3 km do local da chegada. O stress acabou subindo na cabeça do bando. Até que em determinado momento, paramos todos na beira de um rio. Nos alimentamos e nos refrescamos. Colocamos a cabeça no lugar. De fato, naquele momento havíam “muitos caciques para poucos índios”. Assim, tomamamos a frente Nilsinho, Fernando Pombão e eu. Passamos a nos orientar melhor, já que relaxamos um pouco. Seguimos cuidadosamente o “rumo” de onde teríamos que chegar. O legal é que o tal rumo foi sempre dentre singletracks irados! Tanto subindo quanto descendo. 
Finalmente chegamos à estada principal. 


Foi comemoração como se tivéssemos encontrado ouro! Farra! Muita farra! 

Ali, faltavam “apenas” 2 km para chegarmos. Continuamos seguindo o rumo… POREÉÉÉÉEÉÉMMMMM (ééé…meus amigos…. aqui no Seriema sempre tem “PORÉNS”) quando estávamos há apenas 500 metros do local da chegada, o percurso simplesmente morreu em uma pequena fazenda. E o morador disse que era impossível atravessar por ali! O morador local nos deu as devidas orientações. Teve Seriema querendo peitar a floresta no mato! Mas resolvermos voltar para trás e seguimos o outro rumo. 



E eis que chegamos!!!!!
Meio vivos – Meio Mortos! Zumbis, na verdade. Mas estávamos lá! Na estância Sucuri! E já passava de 15:30….rsrsr.
Infelizmente, achamos que os dinossauros já estavam nos esperando, o que não aconteceu. Eles ainda não haviam chegado. Ficamos tensos no aguardo. 
Cerca de 40 minutos depois, eles aparacem e foram recebidos com grande festa. Disseram que quando voltaram atrás continuaram perdidos, mas que foi fácil seguirem o rastro no caminho que o Élvio Jão tinha deixado….rsrsr.
E a comemoração foi muito boa, com direito a spa de depilação! 


Tudo isso regado a muita farra, comida excelente e cerveja geladíssima organizada pelo amigo Jason e muito rocknroll da Jambox que levei. Destaque para o Pink Floyd nervoooooso que rolou! 




Mas caaaaaaaaaaaaaalma…. 

Achando que acabou a latada? Espera aí, né?
Eram 18 horas. A van do Chiquinho passou para nos buscar com a carretinha para as bikes. O local, de difícil acesso, ficava em uma grande baixada. Pelo peso dos Seriemas (mais fortinhos) e da carretinha, a van acabou não conseguindo subir. Booooooooooora todo mundo empurrar. E foi mais farra ainda. Era difícil fazer força morro acima com tanta risada e seriema cuspindo terra jogada pela van. 
Chegamos beeem tarde em Goiânia e com certeza teve Seriemete que deu puxão de orelha!
E resumindo: mato, latada e diversão! TOP!!!!!!

Deixar registrado agradecimento especial aqui ao Derúbio por ter se prontificado a organizar a viagem que não é coisa fácil. Ao Jason e à esposa por terem arrumado toda a recepção da galera e ao Chiquinho, que teve paciência de Jó com aquele tanto de maluco dentro da van!!!!

E até a próxima latada!!!!!
P.S. Peço desculpas aos amigos por não ter colocado mais fotografias de outras câmeras no post, mas prometo que na próxima me organizo melhor para baixar as fotografias a tempo. 


Por Gustavo Primo – Johnie Bravo/Mudinho
Seriema Mtb Roots!


Álbuns da galera: 









Cidade das Águas

Outro dia fomos, capitaneados pelo também Lenda do MTB goiano, Cleomar, rumo à Cidade das Águas do entorno de Goiânia.

Rolê muito massa por vales, ribeiros e subidas em um quadrilátero pouco conhecido, mas Top viu amizades!!!!

Serviu e muito também no preparo,aquecimento, no afino das canelas que irão ao encontro da antiga capital do estado, cruzando antes a imponente Serra Dourada!!!