Rumo à São Jorge 2015-3º Dia

Acordamos todos destruídos por conta dos “excelentes colchões” do resort que dormimos (SQN). Tratamos de arrumar logo as coisas e sequirmos em frente rumo ao próximo destino, para que pudéssemos tomar nosso café da manhã e fazer as compras para podermos encarar o “grosso” da viagem.
De fato, abençoados sempre por belas paisagens, mesmo nos pequenos trechos de asfalto:

Chegando na padaria, fomos recebidos com belos sorrisos da dona, que havia se recordado das nossas outras passagens pelo local. Fomos, como sempre, extremamente bem atendidos. Destruímos diversos pães de queijo e misto quente. Ali, um rapaz com parte do corpo paralisada se aproxima de alguns de nós e começa a contar que sofrera um grave acidente há pouco tempo e que uma das paixões dele era andar de bicicleta. Ficou vidrado quando soube o que estávamos planejando nesta viagem e se emocionou em saber o quanto nos dedicamos à nossa amada filosofia.

Antes de partirmos, eis que surge um parceiro top, com uma bike que será lançamento nos salões de bicicleta mundiais, utilizando tecnologia nunca jamais vista na face terrestre!!!!

Após pararmos em um pequeno supermercado para comprarmos panelas e mantimentos, seguimos adiante rumo às pirambeiras do dia. Acabamos ficando um pouco triste, vendo que provavelmente esta será a última viagem que pegaremos alguns trechos ainda em estrada de terra. Nos deparamos com diversas obras já em avançado estágio de implantação de asfalto. Mas mesmo assim, diversão a milhão!

Pequena pausa para resolver problemas técnicos (sim, acontece até nas melhores famílias….hehe–> leia-se: peduragem sem fim!)
Depois de uma porção boa de subidas, chegamos na pequena cidade onde iríamos almoçar. 
Nos estabelecemos, aproveitamos para lavar umas roupas e carregar nossos (muitos) brinquedos eletrônicos
Ali durante o almoço, vimos que nosso ritmo estava um tanto aquém do que esperávamos. Já estávamos um tanto cansados de termos pedalado dois dias distâncias tão grandes e com altimetrias bem acentuadas. A partir disso, apareceu de alguém do bando a mais sábia de todas as decisões: vamos “rasgar” os planos previamente feitos e vamos dormir onde estivermos. Nada de pressa nem de pressão para chegar. Aliviados, todos comemoraram pois, assim, poderíamos curtir ainda mais o passeio. 
Já na saída da pequena cidade, avistamos o que estaria por vir ao longo da tarde:
Para variar, mais um pneu furado do Serralheiro. 
Logo após 10 km andados, pegamos uma nova parte do percurso desenhado pelos “olhos do Seriema”: Andrézinho Perfect Man. Em mapa, pareceu ser um lugar belíssimo. Mas ao vivo….
Em determinado momento, entramos em uma fazenda. Fomos prontamente atendidos por dois senhores. Um que era dono da casa e outro que estava ali de passagem. Este segundo, disse que era caseiro em uma roça ali perto e nos convidou para acamparmos em seu quintal. Disse que havia apenas uma pequena Serra a ser atravessada. 
Passamos uma pequena área de atoleiro que demandou uma grande engenharia para atravessarmos:
Deparamo-nos logo com um “cocuruto” gigantesco no meio de uma área de pastagem, em que se subia só empurrando as bikes. 
Ao final da subida, como sempre, lá estava nosso troféu: belíssimas paisagens, tanto da casa onde havíamos conhecido o Nem (lááá´em baixo), quanto da paisagem do outro lado do morro, para onde estávamos indo. 
Até o Romar, que tem aquela simpatia peculiar, soltou diversas gargalhadas achando topíssimo toda aquela lambança de pedras!
Depois disso, foi uma sequência enorme de descidas muuuuuuuuito íngremes até chegarmos à casa do Nem. Batizamos todo aquele percurso de “Vale do Nem”. Passamos por um belíssimo rio com uma ponte que deu medo de passar em cima. 
E eis que chegamos, armamos acampamento e, depois de muita conversa fiada, nos deliciamos por um belíssimo jantar oferecido pelo anfitrião Nem!
Registro que ali, em conversa com Wellington-Waleska (por conta do popô avantajado), ele contou um pouco da sua emocionante história de vida. De como visa prover sua família de coisas boas e que, de certa forma, estava um pouco ressabeado de estar ali enquanto sua família estava em casa. Falamos prontamente que, com toda certeza do mundo, ele voltaria daquela viagem muito melhor do que foi. E que, a família iria colher bons frutos por conta de toda aquela presepada. 
Viagem de bicicleta tem dessas coisas….. 

O causo da “Subida do Burrão”:
Quando encontramos o tal Nem na primeira fazenda, que não era a dele, fomos logo perguntando se conseguiríamos fazer a tal subida com as bicicletas. Nem prontamente falou: “-Fiquem tranquilos, que de burrão sobe!”.
Auriam já falou rindo: “Se de burrão sobe, de bicicleta vai ser fácil!”
Para quem não sabe, na cidade grande a gente chama essas Hondas CGs (Titans) 125cc de “Burrão”.
Quando avistamos os gigantescos pedregulhos e a inclinação da subida, não acreditamos que uma moto pequena subiria por ali….
Enquanto fazíamos muuuuita força empurrando, eis que passa ao nosso lado, o Nem “pilotando” o seu “Burrão” que, de fato, era um burro mesmo! Desses animais com orelhas grandes que a gente pega o nome emprestado, pejorativamente.
E estava batizada a subida: “Subida do Burrão”!