7º Dia-Em São Jorge, Timelapse e filosodias de pedal….

Hoje (2015), com 31 anos de idade, às vezes me recordo de quando era criança. Lá pelos 6 ou 7 anos de idade. Na época, acompanhava meus pais naquelas festas chatas de adulto. Enquanto eles se socializavam, a imaginação fluía muito nas brincadeiras com outras crianças. De astronauta viajante das galáxias, tornava-me facilmente um explorador ao estilo “Indiana Jones” ou mesmo um super herói invencível e indestrutível.

Algumas vezes, acabava parando para observar o mundo em volta com um ar mais racional e reparava naquelas conversas meio sem sentido daquelas pessoas mais velhas. Falavam de dinheiro, carro, política e mais um monte de coisa, definitivamente: CHATA!
Me perguntava onde estava a graça daquilo….E terminava a reflexão sempre na mesma conclusão: “não quero me tornar um adulto!”
Imagine só…eu teria que deixar de ser um aventureiro nato para ficar sentado em uma mesa, bebendo, comendo e falando de coisas extremamente monótonas, sem graça e sem emoção alguma?!
Cresci.

O gosto pela bicicleta sempre esteve presente. Antes nos passeios em parques, depois em corridas de BMX e mais tarde, quando já não cabia na “crosszinha”, no Mountain Bike. 
No meio dos tempos de faculdade, em meados dos anos 2000, um pouco desgostoso dos rumos que a vida tomava, fui a Pirenópolis para curtir um pouco a cidade (local bom para colocar as idéias em ordem). 
Em determinado dia a noite, avisto dois malucos de bicicleta chegando ali onde funcionava o bar “Woodstock”, ao lado da ponte de madeira.
Os caras estavam meio desfalecidos e com um sorriso invejável na cara. A expressão deles não enganava. Era justamente aquela de “dever cumprido” que sempre temos no final das cicloviagens.
Aproximei-me e era ninguém menos que Nilsinho e Otaniel.
Já conhecia os dois de alguns pedais bem esporádicos na Serra das Areias. Quando perguntei que trilha haviam feito, logo disseram com todo o orgulho do mundo: estamos chegando de Goiânia. 

Não há como negar que me veio um grande sentimento de alegria e realização no peito. “Como assim? Gente mais velha do que eu? Adultos? Com família e tudo mais, encarando uma aventura dessas?”

Ali, naquele momento. achei uma das respostas que buscava. Sim, é possível ser ADULTO, sem ser VELHO. Já até falamos disso aqui em outro relato. E essa é uma das filosofias que nos move nas jornadas dos Seriemas. 
Como já citado por um grande ciclista de renome: “It’s not about the bike” (Não tem a ver com a bicicleta). De fato, é show ver e andar com bicicletas leves. De carbono. Aro 29. Etc… Mas a filosofia que fica enraizada nos Seriemas vai muito além das bicicletas. É algo que extrapola essa filosofia atual de esporte sustentável.

A verdade, é que em cima das bicicletas, nos tornamos “meninos com alvará de homem”. Pulamos pedras. Às vezes erramos. Caimos. Nos ralamos e nos machucamos. Mas…como crianças, levantamos, sacudimos a poeira e lá estamos em cima das magrelas de novo.
Nossas aventuras de cicloviagens são hoje, nada mais que o sonho que tínhamos quando éramos crianças e explorávamos os terrenos baldios vizinhos das nossas casas. É inacreditável as situações pelas quais passamos e que sempre levamos para nossa vida. Uma verdadeira escola quando estamos isolados de todas as formas no meio do mato.

Enfim….resumindo: VIDA LONGA AOS SERIEMAS E À NOSSA FILOSOFIA!!!!
E aqui vai um videozinho em “timelapse” compliando as fotos feitas pelo Tobias e mais abaixo, as fotos da nossa curtição lá no Parque da Chapada dos Veadeiros, localizado nos arredores da Vila de São Jorge.