Rumo à São Jorge 2015-4º Dia

Amanheceu no Nem. Tratamos de arrumar as malas bem rapidinho pois pela vista em volta, sabíamos que muitas montanhas no aguardavam. Tomamos um “pretinho” básico cuidadosamente feito pelo nosso anfitrião e seguimos viagem. Já na saída, em região de vale cercada de morros, não havia como escapar de uma altimetria pesada.

Seguimos firmes e confiantes adiante. Como sempre em nosso esporte, quanto mais dura a subida, maior a recompensa ao final: 

Passado o primeiro trecho de serras, percorremos caminhos que margeavam um grande rio. INfelizmente, nesses locais a água não tem muito para onde escorrer. O desafio do dia então foi tirar muuuuuuuuuuuuita lama da nossa relação. 
Era tanta lama, mas tanta lama, que em alguns trechos não havia nada o que fazer, a não ser empurrar, para podermos poupar nossas relações e, principalmente, as gancheiras dos câmbios (uma das partes mais frágeis das bicicletas).
E dá-lhe subida. É incrível as diversas regiões que esse tipo de viagem nos proporciona. É incrível também, estarmos ali entregues, de corpo e alma a uma viagem como esta. Os registros fotográficos bem que tentam, mas nada como estar ali para poder saber como é. 
Ao final de tanta labuta, adentramos em um planalto bem grande, formado por lavouras. Era incrível que ali naquele alto, havia tanta divergência entre o local onde estávamos (montanhas) e o local para onde estávamos indo (plano de lavoura). Havia até uma represa na região. 
Aceleramos forte para podermos chegar até a próxima pequena cidade onde faríamos nosso almoço. Daqui, uma parte do grupo foi na frente para poder agilizar o almoço da galera.
Chegando lá, tivemos a excelente recepção de sempre. Entregamos nossos cartões para o pessoal que havia nos acolhido dali da última vez que passamos. Mais uma vez, servidos de excelente culinária local, além de muuuuuita coca-cola e uma meia dúzia de Antárcticas para abrir o apetite. De cara, compramos alguns quilos de carne e pedimos para que a dona do restaurante deixasse-a congelando até a nossa saída. 

Fim de almoço pegamos nossa carne congelada e seguimos adiante até o fim dos locais das plantações para podermos, de fato, entrarmos no começo do que de fato era a região da Chapada dos Veadeiros. 
Como já estávamos em região bem alta, foi hora de começarmos a descer. 
Já estava ficando no final da tarde. Decidimos começar a procurar o pouso. Chegamos a uma chácara onde havia um rapaz que cuidava de uma fazenda e disponibilizou a área de maquinário agrícola para pousarmos. 
Armamos acampamento, ouvimos estórias (ou histórias) dos coroas Auriam e “Veldas”, juntamente com o Serralheiro sobre a época em que serviram o exército (conversas de velho…hehe). Muitas risadas relembrando as presepadas do dia.
Fomos jantar e quando achamos que a noite já tinha acabado…..eis que vem o tal “Causo da cisma da carne”
Causo da “cisma da carne”:

Assim que chegamos na casa, o Auriam entregou a tal carne congelada que havíamos comprado na hora do almoço. 
Voltamos para o local do acampamento e esperamos que o jantar ficasse pronto.
Conversamos fiado até que nos chamaram para o jantar. 
Logo nos acomodamos sem fazer muita algazarra e barulho (como fazemos de praxe) e quando abrimos a panela da carne….não era carne nada. Era só PÉ DE FRANGO! 
Os almofadinhas do seriema logo fizeram carinha de…..bem….carinha de nojinho!
Todos se entreolharam cismados. Um de nós chamou o dono da casa e perguntou se não seria feita a carne que havíamos levado.
O Senhor logo rebateu: 
“-Mas vocês me entregaram esses pés de frango e não carne!”
Nos entreolhamos e vimos que o terrível engano poderia ter acontecido quando pegamos a carne que estava sendo congelada durante nosso almoço. E, já que estávamos ali, o jeito foi mandar ver nos tais pés de galinha mesmo!
Sorte nossa que o dono ofereceu deliciosos queijos feitos na fazenda mesmo. 
Edit: O causo da carne foi devidamente 
editado por entender que expunha quem 
havia nos acolhido de braços abertos lá 
no meio da chapada. Erro nosso.