Rumo à São Jorge 2015-1º Dia

Em tempos de “Strava” e “Pau de Selfie”, o Grupo de Pedal Seriema persiste em existir como um grupo que sabe quais suas origens e suas raízes. De fato, hoje os tempos são outros. Além do esporte ser muito mais popularizado do que quando começamos a existir há mais de 10 anos, as bicicletas surgem cada vez mais cheias de tecnologia, e temos centenas de novos equipamentos com o intuito de auxiliar a humanidade a alcançar seus objetivos. Entretanto, tentamos seguir nosso grupo de uma forma mais tradicional. Nada contra o apoio externo (que é muito bom)….mas o charme de nossas garupeiras cheira de tralha, é belíssimo de se ver!

E dentro desta filosofia, lá fomos nós mais um ano rumo à Vila de São Jorge numa ventura Offroad e Autônoma até aquelas bandas da Chapada dos Veadeiros. 
Se conseguiríamos chegar, não sabíamos no começo. Mas uma coisa é certa: voltaríamos com muitas histórias para contar.
Então…clipe as sapatilhas que aqui vamos nós!
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O relato se refere a sábado, dia 18 de abril de 2015. As mensagens do “zapzap” bombando, denunciaram que absolutamente ninguém havia conseguido pregar os olhos antes da viagem. O ponto de encontro fora o posto em frente ao Mc Donalds da T-63, em Goiânia, às 4 da manhã. Ali, pouco a pouco, a calçada foi sendo tomada por Seriemas em meio à galera voltando das baladas. O primeiro destino seria a histórica cidade de Pirenópolis. 
Além dos bravos viajantes que seguiriam até a Vila de São Jorge, ainda se juntaram a nós para nos acompanhar até Pirenópolis os Seriemas Thiaguinho, Zoião, Larissa e o convidado de honra do bando: Vitinho, que foi fazer sua primeira cicloviagem. 
Como em toda cidade grande, partimos pelo asfalto chato. Um pouco antes de adentrarmos a terra, já tivemos o primeiro de vários furos de pneu que aconteceriam ao longo do dia. 
Pegamos o início da nossa amada estrada de terra e, com o sol raiando, a paisagem já ficou deslumbrante! 
O primeiro ponto de parada, seria a Cidade de Santo Antônio de Goiás. Destruímos completamente ao estoque da Panificadora. Ali, Vitinho já se ambientou com a galera e já entrou na farra. Ele, juntamente com Larissa e Thiaguinho, estavam em suas primeiras cicloviagens, já se deslumbraram com a tal filosofia de cicloviagem (curtição e bagunça ao longo do caminho),
Na panificadora, entregamos nos primeiro cartão, que fizemos para distribuir em nome do grupo para simbolizar o nosso agradecimento às pessoas que nos ajudassem ao longo da aventura. 
Logo depois, em frente auma pequena chácara, encontramos um camarada que estava pra lá de Bagdá. Ofereceu um pouco de combustível. E não é que teve gente que aceitou?!?!

Adiante, rumo a Nerópolis, a altimetria já começava a mudar um pouco. Grandes morros faziam nossas pernas sentirem o peso dos alforges carregados de tralha para a viagem. Ali, Vitinho e Larissa já se deslumbravam só em pensar em tudo o que passaríamos naquele dia, já que era a primeira viagem com uma grande quilometragem rodada deles. 

Passamos por Nerópolis. Ali, um pedaço do grupo que se desgarrou, acabou pegando um outro caminho. Tivemos que mandar Paulo Tapete na missão de resgatá-los. 
Achamos os perdidos e seguimos viagem.
Auriam, desde cedo, vinha atiçando todo mundo. Sempre relembrando os tempos áureos em que dizia andar com a galera top do Brasil. Dizia que além dos 10kg que perdera para a viagem, estava pronto para qualquer combate. Antes de Campo Limpo, rolou o primeiro “pega” da Viagem. Infelizmente, o “Tio”, que se dizia extremamente treinado, tomou coco não só do Romar, que estava aguardando-o ao final da subida (e devolveu a paulada que havia levado na última viagem), como também perdeu a chegadinha do Zoião. E a zueira foi completa!

Seguimos por Campo Limpo, onde fizemos um almoço de mentirinha (só salgado frito, refrigerante e salgadinho, já que era o que tinha) e depois, mais algumas subidas dignas de serem registradas!
No meio do caminho, encontramos uma “amiguinha”. Demos um “oi”, registramos em fotos e deixamos ela lá onde estava. 
Depois de um estradão massante, eis que adentramos à região próxima a Pirenópolis. Região belíssima. Ali, em determinado momento, ficamos para trás eu (Mudinho), Nilsinho Braz e Larissa. O fogão que Nilsinho estava carregando não ficou bem posicionado e precisou ser reajustado. Começamos conversa sobre a importância de nossos amigos e das nossas amizades. 
Ali, Larissa lembrou de grandes amigos que eu e ela temos em comum. Começou a querer chorar de emoção. Obviamente, com toda a sensibilidade, mandei largar de ser “mulherzinha”, virar “homi” e parar de chorar pois, obviamente, faltava muito chão para chegarmos em Piri. 
Sol baixando e o que já era bonito, parece que fica ainda mais lindo. 
Após o massante asfalto próximo a Piri, que foi aliviado por conta da nossa “Jambox” (caixinha de som bluetooth) tocando AC/DC em alto em bom som, para adentrarmos à cidade, eis que fizemos chegada triunfal com pausa “de lei” na entrada da cidade. 
Como nem tudo são flores em uma aventura deste porte, quando chegarmos, olhei para a roda traseira da minha bike e deparei-me com diversos raios totalmente destruídos. Não haveria como seguir viagem daquela forma. Mandei mensagem para diversos amigos em Pirenópolis e vários deles se prontificaram a ajudar. O companheiro Zoião, que terminaria a viagem ali em Pirenópolis, me ajudou emprestando sua roda. O grande mecânico Vozin deu aquela força na troca dos cassetes e dando uma manutenção no que precisava! Sem contar, uma das lendas do Mountain Bike – Erasmo – que se prontificou a recolocar o raio da bike do Wellighnton que também havia se partido. Nessa novela, enquanto todo mundo desfrutava de uma deliciosa macarronada, eu tive que me contentar com dois pães do dia anterior com coca cola, em uma padaria perto da oficina onde a roda estava sendo trocada….
Fica aqui os sinceros agradecimentos à esta galera!!!!!


O causo “do Mandioca”:


Enquanto esperávamos em um dos momentos do nosso ócio (leia-se: “pneus furados do Serralheiro”), Romar (naquela infinita concentração e sociabilidade) olha firme para as canelas do Vitinho e já solta: olha só se não parece uma mandioca descascada.
Vitinho fechou a cara.
Pronto!
Era o ingrediente necessário para que o apelido pegasse: Mandioca!
Julguem por vocês: parece, ou não parece?