Rumo à São Jorge 2015-2º Dia
Alvorada! Vitinho, que havia topado em nos acompanhar até o alto dos Pirineus, acordou já dizendo: “Não é possível que isto está acontecendo! Já não bastasse a presepada de ontem, a gente ainda acorda cedo pra encarar uma das maiores montanhas de Goiás?!”
E lá fomos nós, atrás de uma boa padaria para podermos forrar os estômagos antes da partida. Aquela dia, já de cara, teríamos a subida dos Pirineus para enfrentar, lembrando que, com as bikes pesando em torno de 35 kg carregadas!!. Então, anda mais prudente do que ter combustível para queimar. 
Após encontrarmos diversos membros do grupo Tarja Preta, pelos quais temos muita afinidade, seguimos até à padaria na saída da cidade para, mais uma vez, comermos MUITO!
Passamos rapidamente pelo pequeno trecho de asfalto e já pegamos a tal subidona. Poucos de nós não conhecia a subida. Auriam, de praxe, resolveu pegar a ponta. Infelizmente, os “puro sangue” Paulo Tapete e Derúbio, já deram um jeito de despachá-lo logo antes da primeira curva. O restante do bando seguiu bem prudente, haja vista que neste dia, havia muuuuito chão para percorrermos ainda. 
Depois de bastante suor, chegando lá em cima, Paulo Tapete já aguardava o restante da galera dando um cochilo….

 Auriam pede para registrar o momento de sua chegada em fotografia e pediu para esclarecer que o “brilho de suas pernas, tratava-se de suor que só os fortes possuem”. Ãrrã….
E lá no alto dos Pirineus, foi impossível não tirar alguns minutos para desfrutarmos uma das paisagens que é, de fato, nosso troféu dentre vários outros que viriam. Afinal, este é o espírito de uma cicloviagem Roots!

E viagem que segue. Passamos por outros cartões postais como o Morro do Cabeludo e depois, a descida rumo a Cocalzinho, onde já aproveitamos para fazermos um bom almoço.
E para quem acha que cicloviagem são só alegrias, eis aqui um momento um pouco tenso. Parte do grupo queria seguir por uma rota (que aumentaria um dia a mais na pré-programação e pegaria local desconhecido) enquanto outra parte, queria seguir a rota mais conhecida até Padre Bernardo. Momento de discussão e atrito. Porém, como bom grupo que se preze, colocamos as questões que envolviam cada uma das rotas e nos decidimos. De fato, momento de aprendizado para todo o grupo, que cresce a cada dia. Tanto em número de integrantes, quanto em maturidade. Afinal de contas, já são mais de 10 anos juntos…
Pegamos a estrada para Padre Bernardo. 
Momento tenso quando, no meio da estrada, adentramos em um assentamento. Diversas casas improvisadas em um grande acampamento ao longo da estrada. No momento em que estávamos passando, estava acontecendo um discurso de quem parecia ser o líder. Ficamos tensos não por receio de sermos violentados, mas por, de certa forma, estarmos adentrando território de conflito. De não estarmos respeitando aquele momento daquelas pessoas que têm lá seus ideias e suas batalhas. Passamos juntos e em silêncio. Tentando atrair, em vão, menos atenção possível.  

Viagem que se segue. Mais um pneu do Serralheiro furado (dentre os vários do dia anterior).
Chuva torrencial com direito a arco-íris no final (disseram que se ao invés de potes de ouro no final, tivesse uma caixa de Heineken, teria briga de Seriema para ver quem chegaria primeiro…)
Depois da chuva, de muitos carros nos passando por conta do fim da tal reunião do assentamento, foi hora de um por do sol maravilhoso…
Faróis ligados e vamos noite adentro até chegar no pequeno hotel que sempre nos acolheu em Padre Bernardo. Andrezinho ficou repetindo que faltavam 8 km por umas duas horas. Até que, quando faltava mesmo, ninguém acreditou!
Depois de muita pizza em um excelente estabelecimento na praça central, fomos todos repousar.
O causo do rato:

Estava eu lá, zapzapeando com o restante do bando do grupo que não estavam conosco para poder dar as devidas notícias daquele dia de empreitada, e eis que uma grande amiga mandou uma mensagem. Nela, dizia que estava sentada em um restaurante em Pirenópolis ao lado de diversos ciclistas. Eles comentaram sobre “um bando de malucos que haviam partido dali pela manhã e que estavam indo rumo ao Povoado de São Jorge.”. Eu confirmei que esses tais malucos existiam. E que eu estava junto deles!!!! hehe
Enquanto terminava de digitar, recebo a visita de um indesejado amiguinho no meu quarto. Um rato. Digo…..um GIGANTESCO rato! O tal bichinho adentrou no meu quarto sem pedir ao menos licença e rumou direto para as muambas do André Perfect. Levantei-me na hora. E não sabia se olhava para o rato a fim de ver se iria entrar dentro das nossas malas ou se saía do quarto para pedir ajuda. Acabei chamando os amigos lá de dentro mesmo. Um grito bem másculo. Mas foi um grito, claro!
Nenhum miserável fez nada além de rir demais da situação. Mandei todo mundo ir pro inferno e continuei na espreita. Porém, perdi o maldito rato do campo de visão. Não achei mais o infeliz! Eis que aparece Bruno Serralheiro munido de um rodo para a busca. Achou e exterminou o bichinho. 
Depois dessa presepada, o difícil foi ouvir o resto da viagem a galera zuando por conta do maldito….