Goiânia ao Povoado de São Jorge 500 km Off Road 2011 – 2ª PARTE – ALTIMETRIA
RUMO À CHAPADA DOS VEADEIROS

Após a divisão do bando por motivos técnicos, seguimos em direção à São Jorge, mal sabíamos o que viria pela frente, mas estávamos determinados a terminar esta viajem que a tanto tempo estava em nossas cabeças como uma das maiores aventura de nossas vidas até então.

Seguindo a nossa rota chegamos até uma mineradora  de manganês encravada no meio da Chapada. Estava tudo bem se não fosse vários caminhos novos traçados pelos usuários da mineradora o que nos deixaram em dúvida com relação ao caminho a ser seguido, é nessa hora que deviámos ter seguido nossos extintos, fomos informados que depois que ultrapassássemos uma serra à nossa frente, por uma trilha de mulas, chegariámos ao Povoado de Garimpinho, discutimos onde iríamos dormir aquela noite e resolvemos pedir pouso alí mesmo na fazenda, mas por motivos não esclarecidos pelo capataz da fazenda ele pediu que fossemos dormir em um outro local temendo represálias do seu patrão, essa foi a pior das decisões tomadas pelo bando até então, foram intermináveis horas de escaladas carregando as bikes por locais que nunca imaginaríamos que fossemos passar e isso tudo a noite!
Depois de muito andar já estávamos loucos para encontrar algum local plano erguer o acampamento mas nada, era só pedra, depois de muita ralação no meio a mata fechada chegamos a uma clareira onde ficamos ali mesmos, exaustos de tanto fazer força carregando as bikes com o dobro do peso normal (devido os alforges, barracas, sacos de dormir e outros) e subindo muiiiito.

No dia seguinte acordamos às 6:00 da manhã desmontamos acampamento e fomos rumo ao tal Povoado de Garimpinho, e da-lhe serra e nada, até que por volta do meio dia chegamos a uma estrada que por sinal bastante batida, avistamos uma fazenda e lá o Paulo Tapete com o seu jeito matuto de garoto da roça foi ver se descolava um arrozinho
pra gente, que por sinal já não aguentava mais comer macarrão. Lá o dono nos acolheu com muita hospitalidade, pedindo para sua esposa que fizesse um arroz e feijão, que por nossa falta de sorte não tinha como ter nenhum tipo de carne no cardápio por ser feriado de Corpus Christ. Almoçamos muito, saboreando cada grão daquele arroz, fizemos um kilinho básico e pernas pra que te quero. Apenas no finalzinho da tarde é que conseguimos chegar ao tal do Povoado de Garimpinho. Ponderamos e chegamos a um acordo que deveríamos passar a noite ali mesmo, foi uma das melhores decisões tomadas pelo grupo naquele dia. Fomos bem acolhidos pelo pessoal da cidade, montamos nossas barracas em um lote vago na única rua do povoado, negociamos com o dono do unico buteco da cidade para ajeitar mais um bom rango, que nos fez novamente um arroz e um feijão delicioso regado de muita mortadela que seria o único tipo de proteína que injeríamos a dias. 
Novamente acordamos às 6:00 da manhã e aceleramos rumo à São Jorge, que por sinal estava ainda muito longe, graças as orientações finais do nosso amigo Álvaro conseguimos nos situar e pegar o rumo,  o que nos ajudou muito foi o senso de direção do Romar, a Lenda, que está de parabéns! Funcionou até na chapada!
Fomos aproximando do local que teriámos que passar o rio Tocantins de Balsa, por nossa sorte o piloteiro da balsa estava lá para nos transportar. Foram várias travessias por riachos de águas cristalinas que não dava para passar sem encher as caramanholas de água geladinha, apesar de enfrentar-mos muito pasto e cerrado que nos encobria sem ver um palmo a nossa frente, a cada riacho atravessado a paisagem ia mais se aproximando do estilo de vegetação predominante da chapada o que nos deu mais esperança de que estávamos perto de mais um final de uma jornada difícil, mas compensadora! 
Os últimos 20 Kms foram de muito sofrimento, era muita poeira lançada pelos carros dos turistas que visitavam São Jorge, muitos olhavam assustados, tentando entender de onde viriam aquele bando de loucos todos empoeirados, magros e ralados. 
Mal podiam imaginar de que ali estavam os representantes de um grupo que o sangue não corre pelas veias, mais sim pelas trilhas!!!! 
SERIEMA É ROOOOTS meu amigo. 
Ao chegarmos foi uma emoção muito grande em ver os nossos amigos que já nos esperavam com suas cameras e filmadoras para flagar aquele momento impar na vida de todos nós, Parabéns ao Nilsinho, Otaniel e Carvão por dar o suporte necessário e garantir o nosso retorno pela van contratada.

Parabéns a todos nós Seriemas, vencedores do maior desafio até agora em nossas vidas de pedalantes!!!