Goiânia a São Jorge – Off Road 500 km 2011
Olha… Mesmo depois de já ter mais de 10 cicloviagens por municípios próximos da capital goiana em torno de 180 km de distância, como Pirenópolis, Cidade de Goiás e Jaraguá, entre outras, somente desta vez é que podemos dizer que temos no currículo UMA CICLOVIAGEM DE VERDADE.
Não que as outras tenham menos valor, mas esses dias que passamos pelo sertão goiano, entre Goiânia e o Povoado de São Jorge nos deram o real significado de uma cicloviagem.

Não basta ter apenas resistência física.
Não basta ter apenas uma boa bicicleta.
Não basta ter apenas o conhecimento do trajeto e equipamentos necessários.
Acima de tudo, é preciso ter DISCIPLINA, COMPANHEIRISMO e COMPROMETIMENTO.

Rodar 500 km não parece ser missão tão complicada, afinal existem competições de maratona de MTB que ultrapassam isso. Deslocamentos de speed com marcas bem maiores também. Mas com trechos marcados ou então por asfalto e com apoio fica tudo muito mais fácil. A missão é apenas pedalar.

Agora pedalar essa quantidade, por estradas quase abandonadas, no meio do sertão, rodando por horas sem visualizar nem mesmo um vilarejo, contato apenas com o apoio de seu amigo ali do lado, a coisa fica bem mais diferente. É nessas ocasiões que nos conhecemos. Descobrimos nossos limites físicos e pisicológicos. Percebemos o valor da amizade e sentimos o aperto da saudade dos entes mais preciosos. Diante da imensidão do cerrado nos sentimos pequeninos.
Aahhhh! Tem outra: nem que quiséssemos teria como usar carro de apoio por onde passamos!!

Iniciamos esta aventura nas primeiras horas da segunda, 18/04, da porta da Oficina do Romar.
O percurso inicial é o batido caminho a Pirenópolis, 150 km bem conhecido dos biker’s goianienses. Deixamos a capital para trás, passando por Santo Antônio, Nerópolis, Goialândia, Campo Limpo, Interlândia até Piri.
Dormimos em uma pequena pousada bem depois do Rio das Almas, após o rango no Elith Bar, do amigo mountain biker Elcin, próximo da Igreja da Matriz.

A preparação da saída para o 2º dia foi antes do sol raiar. Após o café da manhã pertinho da Igreja do Bonfin, começamos a vislumbrar a imponência do Morro dos Pireneus.
Do alto do mesmo, a histórica Pirenópolis foi ficando cada vez mais distante e ficamos a curtir cada metro do local até o outro lado: a cidade de Cocalzinho.

Pausa para almoço – rápido – e pegamos mais um trecho de asfalto até novamente entrarmos na poeira – e pôe poeira nisso – rumo a Padre Bernado, local de mais um descanso.
Saindo para nosso 3º dia de viagem pegamos pela última vez o asfalto até a pequena Mimoso de Goiás, cidade mais que pacata. Daí em diante foi chão até o destino final. Em Mimoso fizemos nossa compra de mantimentos para os pousos ao longo do trecho, afinal não mais veríamos cidades pelo caminho, no máximo várias pequenas currutelas.
Após nosso último lanche bem feito começamos a subir.
Se pensa que subir o Pirineus foi o mais duro que tínhamos feito, ledo engano.
Enfrentamos longos trechos de subidas intermináveis, rodando por horas sem uma alma a frente.
Assim até nosso 1º pouso no mato, em algum lugar no vale do Bom Sucesso.

Ávidos por um cafezinho quente, saimos encarando o 4º dia de Expedição.

Ainda com o corpo frio encaramos subidas por horas. Passando por quilometros de plantações a perder de vista, casas vazias, pontes caídas e barragens rompidas, chegamos no povoado de Sucuri, aquele lugarejo com cara de cidade fantasma de velho oeste.
Foi mais um ponto de abastecimento e um lanche/almoço.

Tivemos aqui a divisão do grupo. A maior parte seguiu o destino traçado desde tempos pelo André Perfeição: os últimos e longos 120 km mais punk desta aventura. Lugar que até mesmo o Rallye dos Sertões já não encara mais… Tente imaginar como deve ser…
Acompanhei o Otaniel e Rafael por um trecho mais rápido até Alto Paraíso e daí seguimos pedalando até o Povoado de São Jorge onde acampamos no Campig 4º Crescente, do Fabrício e curtimos as maravilhas do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.

Na segunda parte deste relato o André Perfeição poderá nos contemplar com boas histórias deste trecho mais pedreira que o SERIEMA encarou, e teremos mais fotos.

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