Ciclo Expedição SERIEMA PEDAL à Vila de São Jorge 2013 – Prólogo

Bem Senhores,

É o início de mais uma ciclo-expedição do Seriema Pedal pelos confins pedaláveis (ou não) desse Brasilzão maravilhoso (mais especificamente, nosso imenso Cerrado).
Primeiramente já vou me desculpando se meu vocabulário for muito pequeno para descrever as belezas nessa aventura que passamos pelos últimos dias. É (definitivamente) impossível descrever o que passamos em simples palavras, mas vou tentar.
Combinamos no grupo que soltaremos um relato por dia correspondendo ao dia da viagem. Então, segunda feira (hoje), colocarei o que passamos na segunda. Terça feira, colocarei o que passamos na terça feira correspondente e assim vai.
Então, sem mais delongas, apertem as sapatilhas, verifiquem os freios e as marchas que aí vai!!!!!
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Incerteza:
Do dicionário online wikipedia: “Incerteza é a falta de conhecimento a priori do resultado de uma ação ou do efeito de uma condição.”

Essa ciclo expedição (que não foi “apenas” uma ciclo-viagem, já que desbravamos locais totalmente virgens, em uma viagem totalmente autônoma e sem apoio nenhum, com bikes que estavam pesando mais de 30kg) me deixou claro que a INCERTEZA é um sentimento que está com raízes no grupo Seriema Pedal. Ela é, definitivamente, o tempero de todas as aventuras. Pensar que eram 10 pessoas. 10 organismos. 10 bicicletas. 10 correntes. 20 rodas. 20 pneus. Um universo inteiro de coisas que poderiam vir a acontecer. Se tivéssemos uma bola de cristal que nos mostrasse o que aconteceria, toda a aventura perderia a graça. A incerteza se vamos zerar uma subida, se vamos descer uma pirambeira (que definitivamente somos completamente apaixonados) move o grupo. E uma coisa interessante: em nenhum momento ou situação, o Grupo “erra”. Nós apenas “tomamos caminhos alternativos” e sempre vamos em frente, crescendo. Tudo é festa. Um pneu furado é um momento de bagunça e descanso. Uma corrente quebrada é motivo de piada de “peduragem”.

Com esse sentimento de “incerteza”, desde o ano passado que estávamos planejando toda essa presepada. No meu caso particular, já havia feito vários pedais para Pirenópolis, por exemplo. Mas os pedais eram quase um “treino premiado”. Não havia uma grande interação com as comunidades pelas quais passei, nem paradas para fotos. Era só “faca nos dentes” e pressa para chegar. (não que a gente não tenha feito alguns peguinhas no meio da viagem….heheh!)

Mas um grande diferencial das presepadas dos Seriemas é a interação com as pessoas e os lugares por onde passamos.
Nessa filosofia é que foi dado o início da viagem. A galera toda se reuniu em frente ao Supermercado Brasil com familiares e amigos que não puderam participar da viagem.

Eu, como estou em Brasília e não Goiânia, saí daqui pedalando na segunda feira de manhã. Foi “estranho” ver todo aquele engarrafamento vindo a Brasília com as pessoas dirigindo para o trabalho e eu saindo nessas “férias”. Todos pareciam me olhar quase indignados com o pensamento: “que tipo de `atoa` sai para pedalar com toda essa parafernalha numa segunda feira de manhã?”

Esse pedal inicial me foi muito últil para pensar um pouco no que seria essa ciclo-expedição para mim. O que eu tentaria pensar e colocar em ordem na minha mente. Coincidentemente, as últimas semanas foram de muito atribuladas e estressantes. Em conversa com o restante do grupo, descobri que todos também andaram muito estressados. A viagem havia vindo em uma excelente hora para todos nós.

O meu primeiro dia foi de asfalto, por uma distância de 120km entre Brasília e Padre Bernardo, onde encontraria a galera para começarmos no outro dia a viagem, oficialmente falando.

Fui muito bem recebido em um restaurante já na hora do almoço. A galera chegou no final da tarde, com muita alegria e disposição. Jantamos um espetinho acompanhado de umas e outras…..Pernoitamos no Hotel dos Viajantes (mesmo local de dois anos atrás).

Interessante relatar que uma meta comum para todos nós era: nos desconectarmos desse mundo totalmente on-line e conectado. Todos desligamos o celular e a internet. Éramos nós, as bikes, as tralhas (que eram MUITAS!) e um destino: povoado de São Jorge.

Sem dúvida, tudo indicava que o desafio nos “moldaria”e mudaria para sempre….

Fotos do dia:


Chapada – 1o Dia 29 de abril de 2013