Farra de Natal Serra das Areias 2016

Tradicionalmente como chester no fim de ano, rolou na véspera desse Natal, o último pedal com o Bando.

Ao lado de amigos, como Aurélio Frango, Ademário Pavão Neto entre outros, fomos curtir nossa Serra linda.
Celebrando o pedal e amizade!!

Na ocasião ainda rolou o primeiro pedal da prima do Gustavo Mudin, a “Sula”.
Nada melhor que estrear nas trilhas da Serra com direito a banho de cachoeira, no “Doido Perdido”.


Confra 2016 – Sem foto!

Mais um ano se passa.
Seriema segue unida e sempre em busca de novas trilhas e, de preferência, pelas vias mais difíceis e desafiadoras.
E neste final de semana, foi dia de bebemorar entre os amigos e familiares da forma antiga.
Chácara do Sogro do Seriema Thiaguinho estrategicamente posicionada longe de toda e qualquer antena de Celular, nos fez curtir demais muito som e comida boa com familiares e amigos!
E que a gente possa, cada vez mais, estar “de fato” nas festas.
Com menos selfies e mais corpo presente!
Agradecimento especial ao Thiaguinho, ao sogro e à Dani por ter nos cedido um espaço tão especial como aquele!!!
E agradecimento também aos Supermercados Brasil pelo apoio na festa!!!!

Mentirinha…teve meia dúzia de fotos sim. hihihi.
Clique aqui para ver. 

GOIÂNIA GOIANÉSIA VIA PIRENÓPOLIS 03/SET/2016



“VENDO MTB 29 GHOST E SPEED GHOST TODA SHIMANO 105”

Meu
primeiro pensamento ao começar a preparação para esta viagem foi: 

“Quero voltar a escrever e fazer o relato desses dois dias sob a ótica
da amizade”.

Um turbilhão de outros pensamentos nos causa ansiedade a
cada nova oportunidade de nos reunirmos para um fim de semana de pedal e
muita “presepada”, nossa marca registrada.  –   CARLOS FREITAS








Em tempos de tanta
tecnologia e o aplicativo Strava evidenciando performances cada vez mais
apuradas, gostaria de convidá-los, caros leitores e amigos, a deixar de
lado esses números e mergulharmos em momentos de verdadeiro prazer em
pedalar com amigos. Afinal, nos definimos assim, UM BANDO DE AMIGOS
UNIDOS EM TORNO DO MOUNTAIN BIKE. 



Sim, pedalar até “Piri” nos dias de
hoje ou até mesmo fazer pedais com quilometragens extensas, tornou-se
algo corriqueiro para a grande maioria dos amantes do ciclismo em suas
mais diversas modalidades.

Eram 03h15min da madrugada de sábado,
03/Set/2016 quando meu celular despertou. Putz queria dormir, mas aquele
pensamento inicial me estimulava a sair da cama e partir para momentos,
tinha certeza, inesquecíveis, mas confesso que a expectativa inicial
ainda me deixava, de certa forma, ansioso. Vivemos dias difíceis, semana
de muitos acontecimentos, incertezas geradas pela crise que o país
atravessa, enfim, sabia que precisávamos deixar os contratempos e
estresse da semana de lato e vivenciarmos da melhor forma esse momento.

Fernando
(Pombão) e eu combinamos de nos encontrar as 04h40min no cruzamento das
avenidas T-63 com T-4. Assim, após cuidar de tudo em casa, oração
feita, parti. A insegurança por sair pedalando pelas ruas da cidade
neste horário foi substituída pela alegria de estarmos mais uma vez a
caminho de um fim de semana que prometia. O ponto de encontro para nossa
“largada” seria no posto da Praça Walter Santos pontualmente as
05h00min rumo a “Piri”. Para minha surpresa Pombão não apareceu e muito
menos atendia o celular. Estacionei minha bike quase dentro da Drogaria,
sempre atendo ao que acontecia nos arredores. Quase 05h00min e eu ali,
sem notícias, quando recebo ligação do Nilsinho. Pombão dormiu e está
atrasado, vou descer e partimos, ele vai de carro e nos encontra um
pouco à frente. Bem, pelo menos não tinha acontecido nada além de um
amigo dorminhoco, aliás, “grávidos” sentem muito sono. Normal. 

No
posto já nos esperavam Romar, Derubio, Paulo Tapete, Bruno Sinhá,
Guilherme Cicloval e sua maletinha de “manicure”, Victor Ribas (famoso
Mandioca), Helinho e Xingu. Logo à frente se juntaram a nós Weldes Jr
(Zoião), Pombão e por fim Renato, na sua primeira viagem com o grupo.

“Furos” na largada: Weldas, André Perfect e Auriam. Este último já
sabemos que a idade não permite mais nossas “latadas”….hehehehe 

 

Temperatura
amena, o sol aos poucos dando o ar de sua graça e lentamente o grupo
começava a interagir, não sem antes algumas reclamações sobre o ritmo um
pouco mais acelerado imposto inicialmente pelos nossos “Elites”.

Nosso
objetivo inicial seria Nerópolis, café da manhã em uma padaria logo na
entrada da cidade que foi preparado de forma muito gentil e prestativa
pela Sra Marlene. Na saída, com carinho, nos ofereceu uma penca de
bananas.

Devidamente abastecidos seguimos desta feita
utilizando parte do trajeto traçado pelos organizadores da prova “Bike
Mind”. Estradinha de chão batido, alguns quilômetros de estradão, porém
com menos elevação com intuito de alcançarmos a pequena cidade de Campo
Limpo sem sobressaltos. Logo na saída de Nerópolis a primeira gracinha
do Sr Romar. No meio do nada uma escadaria e ele resolve brincar de
descer os degraus, inicialmente meio perplexos, sem entender o desvio de
rota, ninguém entendeu nada quando ele, inadvertidamente, subiu por uma
rampa lateral. Ora, o GPS não estava com ele, aonde esse “gorduxo” iria
naquela altura da viagem? Claro, quebrar o clima e chamar a todos para o
que realmente importa em nossos pedais, “diversão”. 

Simbora,
temos chão pela frente. Enquanto isso Bruno, Guilherme, Paulo Tapete e
Derúbio vão contanto as suas experiências ao passarem por ali na prova
que citei logo acima. Competir em maratonas não é tão fácil como parece e
a “quebra” pode ser inevitável. Somos meio avessos a estradões de chão
batido, a conversa nos ajudou a transpormos essa parte chata do pedal e
logo estaríamos em Campo Limpo. Nosso maior desafio, porém, era fazer
com que o grupo andasse o mais compacto possível, aliviando o peso já
sentido por Xingu (Se recuperando ainda de uma pequena intervenção
cirúrgica).

Passamos rapidamente por Campo Limpo, reabastecemos
nossas caramanholas e miramos a famosa “Subida do Tatu” (sinceramente
não sei o motivo deste nome). Já no inicio Xingu e Romar decidiram
poupar energia e subiram protestando com suas bikes. Eu, por minha vez, tive a
companhia de Paulo Tapete, que, conversando comigo enquanto subíamos me
“levou” até o topo. Agora era esperar os dois que “protestavam” e
depois Romar consertar um pneu furado. 


Neste meio tempo um encontro
inusitado, Paulo Guilherme, o PG e sua trupe Saracuras nos dá o ar da
graça. Mandioca a essa altura já se dava por satisfeito, sua meta era
bater Zoião e zerar a subida, estava magoado em ter perdido pra ela na
sua primeira empreitada naquela região. Agora a alegria e satisfação
eram duplas, Zoião que tinha prometido uma surra no garoto sobrou na
subida enquanto Mandioca zerou com responsa. Se dando por satisfeito fez
questão de logo dar um fim ao desafio ali mesmo. Claro, vai que no
decorrer do dia Zoião se recupera!!!! Hehehe…

Mais alguns sobe
e desce, encontro com um grupo de ciclistas de Anápolis e formamos
finalmente o primeiro “pelote” para alcançarmos Interlândia onde
almoçaríamos e teríamos um breve período de descanso. Bem, não sem
antes, em dado momento, Pombão ziguezagueia no meio do “pelote” quase
levando todos ao chão. Mandioca, meio no desespero tentando se agarrar
ao capim na lateral da estrada, Renato assustado e todos se
reequilibrando nas suas bikes novamente. Nada além de um pequeno susto
pra acelerar ainda mais os batimentos cardíacos. Paramos já no asfalto
que dá acesso a Interlândia e logo após chegam Xingu e Zoião,
retardatários e o inexperiente Zoião gastando suas munições para
chegar à frente do Xingu.

”Zoião é inocente, esperei
pra dar a roda pra ele e o cara sprinta pra me deixar”…. Santa
inocência, mal sabia o que o esperava até chegarmos em Pirenópolis. 

Pausa
para o almoço em Interlândia, repor as energias e seguir até Piri para
finalizarmos o dia. Brunão tirando seu primeiro cochilo do dia
acompanhado por Tapete, Renato e Mandioca. O sol da tarde já castigava
um pouco quando saímos dali. 


Estradão interminável, plano,
costelas de vaca e muita poeira. Logo à frente reunimos em grupo e
finalmente conseguimos andar juntos transpondo essa parte “chata” do
pedal. Já na segunda metade o grupo deu uma “desligada” e o cansaço dava
sinais que a chegada seria mais lenta. Em meio a paradas para
saborearmos os cajuzinhos do cerrado, aproveitávamos para refrescar os
“radiadores” que ferviam no calor escaldante. Zoião já dava sinais de
que não seria tão fácil sua chegada a Piri e as piadinhas começavam a
correr soltas. Chegamos a conclusão que ele fez sua preparação andando
somente no Morro Feio, portanto seria mais sofrido. A cada inclinação do
terreno, após transpormos o asfalto de Planalmira, “protestava”
empurrando sua bike. Conclusão: Zoião não seguirá conosco amanhã, vai
ligar e pedir resgate pra “Galega” ou seu pai. Mas seu habitual bom
humor dizia o contrário. Vou continuar….hehehe 


Chegamos a Piri
já no finalzinho da tarde, loucos por uma boa hidratação como de
costume. Primeira parada no barzinho da ponte pra relaxar antes de
chegarmos a pousada que nos receberia para descanso.

Café da
manhã marcado para 5hrs do domingo na Padaria Patrícia, onde fomos
recebidos com muito carinho pela sua proprietária de mesmo nome. Abriu a
padaria exclusivamente pra nos receber, permitiu que colocássemos
nossas bikes no salão e saboreamos nossa primeira refeição do dia a
portas fechadas. Deixo aqui em nome do grupo, um agradecimento especial a
Sra Patrícia pelo atendimento singular a nós dispensado. 

O dia
prometia, uma ventania invadiu a madrugada de Piri amenizando o clima na
nossa saída. De cara encaramos o ”Frota” e seguimos em direção à
cachoeira das Araras. 

Zoião? Ficou na pousada e decidiu seguir sozinho
pelo asfalto até Goianésia. Xingu, que também demonstrou cansaço no dia
anterior, parecia recuperado e seguia com o grupo.

Logo depois da
subida do Frota primeiro furo do dia, Mandioca, Bruno ficou dando
suporte. O grupo esperava um pouco mais à frente quando Bruno chega
sozinho. A bomba não estava funcionando pra encher o pneu, seria preciso
alguém levar outra para resolver o problema. Porém não tivemos tempo.
Mandioca chega meio “esbaforido” e muito nervoso, só entendemos o motivo
depois. Ele tem medo de ficar sozinho e chegou pagando pra todo
mundo…..hahahaha 

Piada interna…

Seguimos até a cachoeira das Araras sem
sobressaltos. Ainda não tínhamos ideia do trajeto, era novidade para
todos. A partir dali a coisa começou a mudar, o sol até então tímido
começava a dar o ar de sua graça e o terreno cada vez mais íngreme e
inóspito. Ah! Seriema adora isso, singles bastante técnicos, o que nos
alegrava em meio a dificuldade de pedalar em alguns pequenos trechos.
Estradão? Que nada, nos divertíamos muito.

Atravessamos a
estradinha que dá acesso a cachoeira do Rosário e entramos para o lado
oposto. Em dado momento acaba a estradinha e Guilherme meio surpreso ao
ver Pombão andando em círculos com sua bike (Lendo GPS), diz: “Estamos
perdidos?” Ora, essa é nossa marca registrada, se não tiver um
“sustinho” e nos perdermos não é “latada Seriema”. Calma, logo estaremos
na rota novamente. A partir dali Xingu começava a sentir um pouco mais o
peso das subidas, claro, todos sentimos. 

A região é, pra nós, o
paraíso do verdadeiro MTB, significa dizer que são trechos técnicos e
que exige uma boa preparação. Subidas bastante duras e descidas curtas e
técnicas, não dava muito tempo pra descansar a musculatura e nosso
amigo “desligou”. Putz, no meio do nada, ainda faltavam alguns
quilômetros para o primeiro povoado “Laje do Rio do Peixe”. Não dava pra
empurrá-lo e estávamos em um vale onde só de via paredões, morros e
mais morros. Nada de avistarmos uma mísera antena ou caixa d’água
(Povoados sempre têm). 

Um furo meu e outro do Romar, fora as piadinhas
de “pés duros”, etc… ajudaram a aliviar Xingu. Depois de um sobe e
desce intermináveis, uma última descida divertida, “caímos” no POVOADO
DA LAJE DO RIO DO PEIXE”. Pra nós um oásis no meio do nada! 

A padaria da
Tia, emendada a um boteco à sombra de árvores foi um verdadeiro
refrigério. A Tia não sabia o que fazer e acho que nunca tinha visto
tanta gente com sede e fome. Em meio a salgadinhos que ela esquentou na
hora, chegou a nos oferecer até carne assada. Calma Tia, ainda temos
chão pela frente. Passava das 11hrs da manhã e não tínhamos andado
metade do percurso do dia.

Xingu deu PT, esparramou no chão e
tratamos de organizar um resgate pra ele a partir dali. Um Senhorzinho
apareceu em uma Biz e fez o maior corre pra achar um transporte que
levaria nosso amigo até Goianésia. Em um frenético vai e vem passava pra
dar notícias do rapaz que estaria almoçando e partiria para Goianésia
levando nosso “presunto”….hehehe. Havíamos andado pouco mais de 30km e
a pergunta recorrente era quanto ainda faltava. As pessoas do lugar
especulavam: Saíram de onde? Nossa ainda falta “um tanto” até
Goianésia…Ah! Vocês não vão por asfalto? Vixe, sobe muito até lá.
Sempre palavras de conforto e estímulo. 

Refeitos da primeira
empreitada e transporte confirmado para Xingu, partimos em direção ao
Distrito de Lagolândia, próximo dali. Derubio não parava de falar,
concluímos que tomou cerveja “batizada” no boteco da Tia. A Ideia era
pararmos apenas para comprar um pacote de gelo e resfriar nossas
caramanholas. A água que bebíamos parecia perto do seu ponto de
ebulição. Mais subidas e algumas poucas descidas e lá estávamos em
Lagolândia. Paramos em um mercadinho na esquina da praça central e o
perfume que vinha da churrasqueira colocada estrategicamente na varanda
do estabelecimento nos hipnotizava a todos. Um rapaz sentado em sua
motocicleta, com ar de espanto e sem entender muito de onde havíamos
saído, logo fez o seguinte comentário ao ver a bike do Pombão: “Olha, o
amortecedor da bicicleta dele é só de um lado”. 

Como não poderia deixar
de ser, mais uma vez movimentamos o lugar e enquanto Romar e outros
tentavam quebrar a barra de gelo de forma que coubessem em nossas
caramanholas ouvimos um barulho parecido com um tiro.

Que
nada, o pneu traseiro da bike do Nilsinho tinha literalmente explodido,
assim mesmo, do nada. De pronto o Senhor que cuidava da churrasqueira,
observando disse: “Vixe, agora quero ver como vão consertar isso”. Senti
um ar de desafio e incredulidade nas suas palavras. Como quem diz
“quero ver a mágica pra vocês saírem daqui”. 

 

Mecânicos de
plantão, Romar, Guilherme e o próprio Nilsinho logo trataram de
providenciar recortes de uma garrafa pet para fazer um manchão. Seria
simples se o pneu não tivesse rasgado justamente na linha onde é fixado
na borda do aro. Espírito de “MacGyver” baixou ali e com alguns “taraps”
amarraram o pneu. Devidamente emudecido o Senhor desconfiado, seguimos
nossa viagem. Antes, porém, alguém pergunta a um rapaz que a tudo
observava como se chama aquele lugar, se é distrito ou município. Estamos
em Lagolândia, distrito de Pirenópolis. Putz, andamos uma manhã
inteira, já passava das 13hrs e ainda não havíamos saído do município de
Piri. “uai, credo, uai!!!” Que município grande e cheio de morros
inacabáveis!!!

Ainda faltavam pouco menos de 50km para nosso objetivo.
Simbora, vamos ao que viemos, pedalar e nos divertirmos.

A partir
dali em meio a tímidas brincadeiras a concentração no pedal se fazia
necessária. Há que se ressaltar o espírito de grupo e a amizade
evidenciados de forma, por vezes, velada. Sim, havia de forma implícita
uma preocupação geral com o estado físico de cada um. O Desgaste era
grande debaixo de um sol que castigava em meio a muita poeira. À tarde os GPS registravam 40grasu.

Vale
lembrar que não fazíamos ideia do que teríamos pela frente, visto que
nenhum de nós havia passado por aquela região ainda. Por vezes
pensávamos que nunca mais pararíamos de subir. Romar, mudou um dito
popular: “Tio, complete a frase – Depois de uma subida sempre vem???…”
Enganou-se quem pensou que seria uma descida. Pelo contrário, naquele
lugar depois de uma subida sempre vem outra e mais íngreme ainda. No
meio de uma delas encontro o Mandioca saboreando à sombra de uma
arvorezinha o que havia restado de um pão com presunto e queijo do nosso
café da manhã. Parei e pedi um pedaço, ele estendeu o braço e perguntei
se não tinha uma geleia de morangos pra acompanhar. De pronto
respondeu: “Tem melzinho”, aqueles de tirinhas que se compra em qualquer
mercadinho. Cara, confesso que foi o melhor pão com “geleia de
melzinho” que comi….hehehehe 

Continuávamos subindo e em um
pequeno espaço plano cruzamos com um senhor, morador da região passeando
com seus dois cachorros. “Oceis tão animados,hein! Pra onde vão? Vamos
pra Goianésia. Vixe, animados mesmo pra encarar essa “subidaiada” aí na
frente”. Mais palavras de conforto e estímulo….Muito bom! 

Nilsinho
observa: -Estamos subindo muito, em algum ponto vamos ter que descer,
passamos do nível da cidade. Experiência de quem já participou de várias
cicloviagens. Claro, ele estava certo. Logo começamos a nos divertir um
pouco com longas e deliciosas descidas. Mais um pneu furado, desta
feita o mesmo que foi amarrado com “tarap”, bike do Nilsinho. 

Logo
à frente nos juntamos ao grupo e juntos demos o sprint final atingindo a
GO que nos levaria a chácara da família do Pombão.

Ao
chegarmos, já estavam Xingu e Zoião reunidos à família do Pombão. Zoião
me confidenciou que em dado momento de seu pedal Piri/Goianésia sentiu o
peso do sol e a distância.

“Carlão, sobe demais e tive que parar
debaixo de uma árvore na esperança de que alguém passasse e me tirasse
dali. Tinha andado 35km, agora era terra e ainda faltavam
aproximadamente 40km. Não sabia o que fazer quando avistei um carro
vindo em minha direção. Fiz sinal e o carro parou, não acreditei que o
meu resgate seria o mesmo que estava levando Xingu. A alegria e emoção
foram tamanhas que rolou até uma lágrima nos olhos”. 

Brincadeiras
e emoções à parte, quero ressaltar o espírito de grupo, a generosidade,
sinceridade ao reconhecer suas limitações físicas demonstradas por
esses dois grandes AMIGOS. Saber reconhecer os próprios limites é tarefa
para os nobres de coração. Demonstraram, além disso, preocupação com o
grupo. Vocês são realmente “diferenciados”, como bem disse Zoião. Deixo
aqui, em nome do grupo Seriema Pedal, nossa admiração e carinho.

Chegamos
por vota das 17hrs com a sensação de prazer e dever cumprido,
sentimentos inenarráveis. Fomos mais uma vez recebidos com muito carinho
pela família de nosso amigo Pombão e uma deliciosa feijoada preparada
pela Marlene, cozinheira de mão cheia. 

Nosso motorista/resgate de longa
data, Sr. Chico, preparava peixe frito que ele mesmo havia pescado em um
dos lagos da chácara. Sentimento de gratidão por tanto carinho dedicado
de forma especial a cada um de nós. 

Agradeço a Deus por me
conceder saúde, permitindo, pela sua graça, viver momentos de intensa
alegria. A todos, que mesmo de longe, oram e torcem por nós. Meu mais
sincero agradecimento ao grupo. Mais uma vez nos superamos. Não em
quilometragem ou performance em pedais. Nos superamos sim, na amizade e
na cumplicidade fortalecidas e revigoradas a cada “viagem”. Em especial
ao novo amigo Guilherme Cicloval pela preocupação com o “velhinho”
aqui. Renato e Mandioca, devidamente inseridos no espírito do grupo
também foram grata surpresa. 

Ah! A frase em negrito no início da
narrativa foi apenas uma brincadeira do Xingu em nosso grupo de
whatsapp. Na segunda-feira após o pedal, claro…..hehehehe

E você, ainda quer saber os números do fim de semana no Strava? 


Sou Carlos Freitas, amante do MTB e das boas amizades proporcionadas pelo prazer de pedalar.
Seriema Pedal….root’s
“A
alegria de ter vencido um desafio difícil se irradia no corpo e
sentimos que estamos leves, fortes e amplos.” (Frase retirada do artigo
“Prazer, dor e emoções”)

 

Dia de Serra

Dia de Serra

Dia de rever amigos



Dia de conhecer

Dia de aprender



Dia de ensinar
Dia de córgo

Foi também Dia de batizado de Apelido:
Felipe do Derúbio agora é MARIBONDI

Como sempre, na Serra nunca é a mesma coisa!!



Viajar é preciso!

Viajar e voar
Os dois grandes anseios do homem.

Voar hoje em dia não é tão dificil como antes, mas foi nas viagens que o homem se encontrou.


Cicloviagem é sem dúvidas a melhor maneira de conhecer lugares e de ser muito bem recebido nesses lugares.



Você e sua “magrela”. Conexão única que se desprende dos pré-conceitos. 
Todo cicloviajante fica à mercê do local onde chega. Não tem o escudo de um automóvel. 

Desperta curiosidade e o coloca vulnerável.
Justamente essa vulnerabilidade que abre portas, inicia conversas, une pessoas.


Quer se conhecer?
Faça uma cicloviagem autônoma!
Quer conhecer o mundo fora dos parâmetros turísticos tradicionais?
Faça sua cicloviagem! 

Pra qualquer lado, de qualquer quilometragem.

Próximo 03/setembro o Seriema Pedal parte pra mais uma empreita.

Goiânia – Pirenópolis – Goianésia
Mais uma autônoma e máximo off-road!
Família, Família e…Bike!

Não é de hoje que somos uma grande e verdadeira família!
Salto de Corumbá.
Agosto/2016
Amigos, bike e família.
Combinação mais que perfeita!
Infelizmente, desencontro inacreditável com a família do Romar.
Faz parte.
Fotografias falam por si:

E parabéns ao Seriema Paulo Tapete pelo quinto lugar magnífico na categoria Elite!!!







A Belém – A riqueza que não tem preço

Ao longo dessa presepada do Prof. Sandro, eu (Mudin) e o amigo Nilsinho ficamos incumbidos de irmos contando um pouco do dia a dia da viagem.
Tentamos transcrever fatos, identificar pessoas e, acima de tudo, transmitir um pouco do sentimento do nosso herói viajante ao longo dos dias que se passaram.
Ao longo das conversas, era visível o estado de êxtase do viajante.
Palavras e mesmo vídeos tornaram-se recursos demasiadamente limitados para expressar a grandeza dos sentimentos que cresciam como o pé-de-feijão da historinha do “João e o Pé-de-Feijão”.

Perrengues, belezas naturais, apuros, pessoas maravilhosas, cansaço, mensagem de amigos…..um mix de sentimentos que com certeza foi fazendo uma verdadeira Vitamina de ânimo para enfrentar os 16 dias de viagem…que diga-se de passagem, foram até menos do que o planejado.
E o mais engraçado é que já chegando ao final da viagem, Sandro dizia que estava ficando um pouco triste. Já sentindo falta da estrada e da companhia da Mariana Godoy (nome dado à sua companheira de viagem – a Bike).
Nilsinho falou em determinada mensagem:
“Sabia de duas coisas:
Que você faria isso em menos tempos que o planejamento
e que chegaria com um mundo veí de histórias!”

“Só o kimba!”

E a resposta foi de bate-pronto:
“Mas cara….vocês não estão entendendo…..eu ainda não acreditei que cheguei. Que eu consegui!”
E um dos mais evidentes sentimentos que permeava em todas as mensagens era a GRATIDÃO.
Sandro agradece o tempo todo ao apoio dos demais Seriemas, amigos e companheiros que cruzaram com ele na viagem. E, já que ele é um cristão, agradece muito a Deus também. Por ter dado luz e força ao longo do caminho.

Dia 13 até a chegada a Belém

Cansaço.
Exaustão.
Câimbras.
Formigamento.
Assaduras.
etc.
etc.
etc.
Foco
Força
Fé!
Estes sentimentos parecem traduzir a última pernada do Prof. Sando para a chegada a Belém.

Pausa para registrar o apoio do Davi, do IMABA do Espírito Sandro do Maranhão, que visa acabar com madeireiras clandestinas

E uma última filmada antes de deixar o estado do Maranhão.

“O pedal de hoje foi PUNK DEMAIS! Clima de deserto. Subida, subida e mais subidas!!! 148km!”

E uma das grandes dificuldades relatadas era por conta das vias. Asfalto com muitos buracos. Muito lixo, cacos de vidro, resto de pneus além de gambiarras para escoar água de chuvas. A atenção e a tensão estavam grandes.
E fatos assim, funcionam como combustível ao Prof.
“-Hoje fui parado na estrada por essas duas figuras. Guimarães e Pr. Luiz, perguntando se eu era o Sandro e que estavam acompanhando a viagem e torcendo muito por mim!”

E seguindo a indicação do Seriema Nilsinho, parou no restaurante “Trem Bão”, há 35 km de Belém.
E recepção topísisma com direito até a sanfoneiro!!!

“-Galera….estou encabulado! Cada dia estou ficando mais forte! A única explicação é Cristo na causa!”
E….como não poderia ser diferente do que acontece sempre lá pelas regiões do Norte do Brasil….a recepção foi uma chuva torrencial que obrigou nosso herói a parar embaixo de um abrigo.
Asfalto seco e partiu-se para o destino final.
Com direito a escolta de companheiros em uma bicicleta Tandem!

E a recepção pelo companheiro Taciano da Taciclo foi excelente! Colega tem 40 anos de ciclismo e algumas preciosidades guardadas em casa.

E mesmo tendo chegado, as mensagens do Prof. Sandro para o grupo é de que ele não estava acreditando que isto estava acontecendo. 
Quando questionado se já se passava um filme em sua cabeça com os vários momentos da viagem, Sandro foi enfático em dizer que ainda não se passava nada. Era um vazio na mente. Apenas o sentimento de gratidão transbordava nele. 
Fiquem ligados que depois de ter caído a ficha, tem relato do Sandrão por aqui!!!

Paracambike 2016 – Seriemas no RJ!!!

Em 2015, Seriemas já haviam sido extremamente bem recebidos lá em Paracambi, pelas bandas do Rio de Janeiro.
Lá, reside maior parte da galera do Paracambike, grupo de pedal apaixonado pelas magrelas, assim como nós.
A recepção fora tão boa, que decidimos voltar em 2016 para corrermos a Marathon Paracambike novamente.

As palavras são inexistentes para descrever o carinho mútuo que temos entre nós.
Risadas e diversão são mato quando nos encontramos.
Sexta feira a recepção já foi top no Restaurante do Raul. Ponto de encontro enerno da galera da Paracambike. Depois de muito nos “hidratarmos”, tratamos logo de dormir (mentira, destruímos a casa do Mandioca de tanta bagunça q fizemos).

Já no Sábado cedo (todos ressaqueados), nos juntamos com o representante do grupo Hooligans de Goiânia (Thiagueira) e partimos para o reconhecimento de parte da prova.
Assim como aconteceu no ano passado, a goianada ficou completamente deslumbrada com os visuais. Coisa bem diferente do cerrado que estamos acostumados.

A prova já estava praticamente toda marcada e fizemos o percurso sport.
Ao longo do percurso, sempre avistamos a famosa/tenebrosa subida da Petrobrás. Nada menos que 3 quilômetros de subida com 400 metros de ascensão (Para se ter uma ideia, a Subida da Macaca tem 1,7km e sobe 180 metros).
A tarde, fomos fazer os 15kms finais da prova para ajudarmos na marcação.

(Piadinha intena)

Diversão pura e oportunidade única de vivenciar ainda mais os locais por onde passamos.
A noite, foi mais farra durante o jantar depois da entrega de kits.

E domingo foi dia de sofrer na prova.
Eu (mudinho) e Thiagueira na categoria dupla e Larissa na Elite Feminina.
Prova topíssima em todos os âmbitos. Kit show, largada pontual e marcação impecável! Sem dúvida, não há como colocar defeito algum!
Sobre os resultados, muito infelizmente, batemos (todos) na trave (ou travessão…como queiram!).
O sofrimento foi enorme!
Mas só de termos completado, ficamos todos extremamente felizes.

E fica aqui nosso agradecimento à galera da Paracambike, especialmente nas pessoas do Altair, Glauber e o (também Seriema) Mandioca e à Lina Monteiro que foi fundamental para o nosso apoio antes, durante e após a prova!
Ah….e valeu Thiagueira pela “mãozinha”….kkkKK!!!!

Dias 10 a 13 do Prof. Sandro rumo a Belém

Dessa vez, um relato tentando “incorporar” a visão do Prof. Sandro, com narração em primeira pessoa:
“Viagem que segue.
Incrível as pessoas que encontro pelo caminho. É como se cada uma delas tivesse um universo inteiro dentro de si.
O Brasil é de fato grande.
Mas o povo que o habita, é imenso!
O andar da bicicleta, definitivamente, rompe barreiras. E não estou me referindo aqui a barreiras de distância física entre um ponto “A” e um ponto “B”.
Me refiro à barreira cultural. Econômica. Intelectual. Sentimental. Emocional.
A cada encontro com outros indivíduos, é uma nova história que se abre como um livro à minha pessoa.

Andarilhos, caminhoneiros, trabalhadores de estabelecimentos ao longo da rodovia, pais que vivem longe da família…
Cada uma das pessoas por quem passo e com quem troco idéias (por mais breves que sejam), acabam se abrindo. Diria que ficam quase “nús” em termos de sentimento. E compartilham comigo um pedacinho bem significante de suas histórias. Dos seus sentimentos. Suas vontades. Seus sonhos.
E a bagagem se enche de novos contos. Novas experiências.
Algo interessante que percebi, é a vontade de grande parte dessas pessoas em ser reconhecida.
Ser vista. Ser ouvida.
As pessoas “só” querem ser tratadas com respeito e nada melhor que um sorriso sincero que a gente possa dar a elas.
A viagem se seguiu dentro dessa filosofia e os locais e as pessoas são impossíveis de serem descritos(as) em palavras ou fotografias.

Há 20km da divisa do Tocantins e o Maranhão, eis que me deparo com chapadões magníficos.
Na cidade de Carolina, recebi hospedagem de cortesia na Pousada Belo Sono.
Encontro com Euler, da Igreja Batista de Carolina.

Os amigos Vilmar Rege e Huelinton, que além de terem feito companhia em parte da viagem, fizeram uma das melhores fotografias da viagem:

E pausa para comer:

Jantar delicioso oferecido pelo Sr. Dedeco, proprietário do Mocotozin:

Pausa em um criadouro de peixes, para ver uma magnífica criação de Pirarara com o colega Hueliton Cruz.

E a receptividade em Estreito no Maranhão foi magnífica! Vibrações extremamente valiosas que revigoram as energias!

Em Imperatriz do Maranhão, recebido pelo Prof. François Sabareza, não foi diferente. Inclusive, com pouso oferecido.

Até a bicicretinha dormiu junto com esta navegação inacabada.

Destque ainda para a presença do Seriema Max também em Imperatriz do Maranhão, que veio me receber e me prestigiar.

Por fim, Sandrão enviou a seguinte mensagem:
“Moçada, continuem com boas vibrações. Vou precisar demais da conta. Vejo que a viagem está acabando e não posso perder a concentração. A perda de atenção e o desgaste são mosntros!”

Segue Vídeo:
E a chegada do Sandro ao encontro do Seriema Max