Pessoas marcantes e fim de semana em São Jorge
Término de mais uma aventura no currículo do Grupo SERIEMA PEDAL. Alma lavada com o sentimento de dever cumprido, energia renovada e sensação de “quero mais”!!
Esta 2ª Ciclo Expedição SERIEMA à Vila de São Jorge, na Chapada dos Veadeiros, no norte de Goiás, foi sem dúvidas não apenas mais uma ciclo viagem, mas uma aventura com a cara do grupo, onde buscamos não apenas cumprir no menor tempo possível a distância entre dois pontos.
Nossos projetos de ciclo viagens sempre foram pautados em dois pontos:
* Percursos com a maior parte por terra (trilhas se possível!) e
* Total autonomia
Estes foram os fatores que nos permitiram ter recepções extremamente agradáveis ao longo desta chegada à Vila de São Jorge. Estávamos ali, no meio do sertão goiano, de certo modo invadindo as rotinas dos locais, mas tínhamos a simpatia certa destes.
Por Vilarejos, currutelas, pequenas cidades ou fazendas, a primeira impressão das pessoas sempre era um misto de risos, por nossas roupas coloridas e coladas, e espanto, frente nossos relatos. Depois a segunda impressão é que ficaria marcada, contrariando o dito popular. Os locais, pessoas humildes e de coração grande, tratavam de nos proporcionar o melhor naquele breve momento. Sempre solícitos e ávidos por mais detalhes de nossa expedição. A cada parada uma festa se formava, para nós e creio que para os novos amigos também. Alguns já conhecidos da outra visita, em 2011, outros já aguardando um próximo retorno.
Dentre todas as pessoas conhecidas algumas se tornaram emblemáticas para nós do SERIEMA. O Sr. Francisco, digamos que o líder da comunidade do local de nosso primeiro pouso, foi inicialmente um pouco sisudo, mas depois deixou se perceber como generoso e hospitaleiro, ele e toda sua família que foram quase que os pioneiros do povoado.
Um tanto mais distante dali, fomos surpreendidos pela perspicácia e senso de humor do Sr Alfredo. Em um momento crucial ele surgiu, de jeito mateiro, desconfiado daquele Bando, mas mesmo assim nos auxiliou em nossa dúvida e ao se despedir observamos o sorriso de canto de boca, que logo adiante entendemos o significado… Batizamos a trilha em zigue-zague que descemos, em um enorme paredão, de Single do Alfredo.
O almoço deste mesmo dia foi em um ponto significativo e estratégico no meio do trajeto e mais significativo ainda foi a recepção do Elielson e sua mãe, dona Glória. Figuraças de extrema boa praça que riam de tudo que falávamos. E como esquecer aquele lugar??? Nunca!! Ninguém deixou de anotar a abóbora cabotiá com carne seca desfiada!!! Delícia total. Ahhh… foi também o primeiro contato com a família depois de dois dias sem sinal de celular e nem mesmo telefone público. Também acabamos com o estoque de cerveja gelada da Mercearia do Elielson.
Sr Irineu fez questão de nos acolher no quintal de seu rancho para a última noite de pouso. Abriu as portas de sua casa para nos proporcionar um maior conforto e em troca apenas queria ouvir tudo o que passamos nos dias anteriores. Foram horas de muitas risadas de todos, ele não se cansava de disser a sua esposa e seu amigo o modo que cruzamos seu caminho naquele dia: – Parecia um filme!
Seu amigo era o Mudinho, que ganhou este apelido dos amigos da região por conversar sem dar pausa pra respirar.
Com certeza a mais emblemática figura desta viagem foi a Dona Celiana. Mora sozinha no ponto mais isolado e de difícil acesso por que passamos. Seu simples rancho fica no meio de um vale lindíssimo com Serras de beleza inigualáveis, de onde descem cristais de todo tamanho. Por toda sua casa vemos os cristais, incrustadas no adobo ou adornando todo o local. Um ribeirão de água limpíssima e gelada fica a uns 20 metros da casa. Seus filhos moram em São Jorge, que fica há “apenas” uns 35 km dali, mas que ela não ve regularmente. A antena parabolica esta ali, mas duvido muito que ela faça muito uso ou se preocupe com a televisão.
Ela nos viu chegando pelo pequeno pasto por onde estava algumas vaquinhas. Não mudou muito seu semblante e nem mesmo ficou conversando demais (parece um amigo nosso), mas da mesma forma que todos, abriu as portas de sua casa para que pudéssemos preparar nossa última refeição ao longo do percurso. Apenas naqueles momentos de morga, após o rango, é que ela soltou um pouco mais a voz, não resistindo às chacotas do Aurian e do Élvio.
Ficamos por um bom tempo tentando imaginar o porque dela ainda se manter daquele jeito. Se mantendo distante da sociedade, sem se preocupar com as mudanças dinâmicas do mundo.
Hoje eu entendo o motivo.
Bom. Após a chegada a São Jorge comemoramos muito e fomos também assunto em várias rodas de conversa pela noite da cidade.
Missão cumprida e no dia seguinte fizemos o que? Fomos pedalar de novo, lógico! Vale da Lua, 10 km da Vila foi o destino.
Então pra encerrar as crônicas desta expedição deixamos algumas fotos do final de semana pela Vila de São Jorge.
Inté a próxima!!!
Fantástico, parabéns ao grupo e até a próxima!!!
Carlão
De fato foi fantástico o que passamos e as pessoas que dividiram (e nos ajudaram) nessa conquista. Sem essa aí citadas, com certeza algumas dessas conquistas não teriam sido possível (teríamos ficado no meio com caminho com certeza… e dando dor de cabeça pros bombeiros nos resgatarem! kkkkK).
PArabéns pelo relato Nilsinho Braz
Parabéns,sem duvida alguma e uma viajem que nunca sairá da memoria dos participantes, quem sabe um dia tenho um preparo desse para da conta. parabéns